Jorge Coelho avisa Marcelo de que eleições não são para eleger "mister simpatia"
O ex-ministro socialista Jorge Coelho avisou hoje o candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa de que as eleições em democracia "são um combate de ideias" e não são para eleger o "'mister' simpatia".
Corpo do artigo
"Isto não é para eleger o 'mister' simpatia, isto é para eleger o Presidente da República e melhor fora que os candidatos não tivessem ideias diferentes", afirmou o militante socialista durante um jantar de apoio à candidatura presidencial de Maria de Belém Roseira, em Viseu.
Jorge Coelho salientou que é preciso dizer ao "professor Marcelo Rebelo de Sousa que umas eleições em democracia é um combate de ideias, não quer dizer que as pessoas tenham que ser inimigas umas das outras nem que se andem a insultar do ponto de vista pessoal, mas é um combate de ideias".
"Felizmente que a doutora Maria de Belém tem ideias muito diferentes para muito melhor do que o professor Marcelo Rebelo de Sousa, essa é que é a realidade e é isso que o preocupa a não querer que os outros combatam as ideias dele", sublinhou.
Depois do "desgaste" de ter encontrado pessoas que o contestam, Jorge Coelho disse que o candidato que conta com a recomendação de voto do PSD e do CDS-PP "está outra vez a voltar "à época do comentador".
"Anda na rua, vai comendo o que lhe dão, põe-se dentro das pasteleiras do lado do balcão e vai servindo as pessoas que vão entrando, engana-se ou não e entra em casas mortuárias, é por onde calha para tentar ver se transforma esta campanha em algo que retira a dignidade do cargo para o qual as eleições estão a ser feitas", considerou.
No entanto, o antigo ministro socialista frisou que "as eleições são demasiado importantes para que se assista a um autêntico circo à volta da campanha eleitoral".
Com um discurso entusiasmado e que arrancou várias gargalhadas à plateia, Jorge Coelho focou toda a sua atenção no candidato Marcelo Rebelo de Sousa e até disse que votaria nele para "rei dos comentadores" ou "mister simpatia", porque "nunca ninguém" o divertiu tanto como o professor nos comentários semanais na televisão, em que uma semana defendia uma coisa diferente da que tinha defendido na semana anterior.
"Quero dizer que ando deprimido com a falta que ele me faz ao domingo (...). Deve ter havido um aumento de consumo de medicamentos para as depressões e acho que, para diminuir a despesa do Serviço Nacional de Saúde, o grande favor que fazemos ao país é fazer com que no dia das eleições ele as perca e volte para comentador", frisou ainda.
E, embora Marcelo Rebelo de Sousa fale numa candidatura independente, o socialista disse que hoje "ficou claro" que ele é o candidato "da direita" apesar de andar a agir como os "casais que fazem umas férias conjugais".
"Só que hoje a Madeira foi um desvio, pois então não é que se juntaram todos, incluindo o Alberto João jardim. Ficou ali claro que ele é o candidato da direita, é o candidato do PSD e do PP, embora possa vir a pôr como hino da campanha, que eu já desconfio, o Avante Camarada", afirmou.
E, no fim, se for eleito, Marcelo vai fazer a "seguir o que sempre fez" e que é, segundo Jorge Coelho, "criar grandes confusão, que é a grande marca que ele tem onde esteve metido até hoje".
"Esteve no Governo, é verdade, arranjou foi uma confusão com o primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão (...) que ainda hoje, ao que consta, não se falam", salientou.
Depois de muitos elogios à candidata Maria de Belém, Jorge Coelho apelou à mobilização para o voto na antiga ministra socialista para "lutar por uma segunda volta nas eleições presidenciais".