O excesso de peso e a obesidade ultrapasssam o tabaco como fator de risco de morte e de perda de anos de vida saudável, de acordo com um relatório da Direção Geral da Saúde (DGS). Respondem por 8,3% das mortes em 2021.
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O documento, que tem por base o estudo do Global Burden of Disease, um estudo internacional que analisa dados de saúde de 204 países, inclusive de Portugal, e a que o jornal "Público" teve acesso, indica que os maus hábitos alimentares foram "o terceiro fator de risco que mais contribuiu para o total de mortes", em Portugal, em 2021. O tabaco foi o quinto fator de risco, pesando 7% nos casos de mortes.
As conclusões da investigação foram vertidas para o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação, da DGS, onde se aponta o impacto que os factores de risco associados à alimentação tiveram na mortalidade.
Entre 2000 e 2021, comer de forma inadequada ultrapassou o tabaco como um dos maiores riscos de morte. Nesses 20 anos, o excesso de peso foi o fator que mais contribuiu para a perda de anos de vida saudável, um aumento de 28%.
No documento, refere-se que a tendência de crescimento deste fator pode explicar-se pelo envelhecimento da população e também pelo "aumento da prevalência de pré-obesidade e de obesidade que se tem verificado em Portugal ao longo das últimas décadas". Em sentido contrário, o menor contributo do tabaco pode ser explicado pelas campanhas de prevenção do tabagismo feitas ao longo das últimas décadas, admitiu Maria João Gregório, diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação àquele jornal.
O baixo consumo de cereais integrais e hortícolas e o excesso de consumo de carne vermelha e carne processada estão entre "os três principais fatores que contribuem para a perda de anos de vida saudável", refere o documento, citado pelo "Público".