Os agrupamentos disponibilizaram 9298 vagas para acolher docentes em mobilidade por doença. Mas, dos 7547 que concorreram ao procedimento, só ficaram colocados 4268, pelo que a taxa de ocupação dos lugares é de 46%, a maioria a norte onde havia concentração destes professores. Em Lisboa só 5% das vagas foram preenchidas e no Algarve 7%.
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Dos 7547 candidatos, foram admitidas 7144 candidaturas e recusadas 403. Estes docentes têm cinco dias úteis, a partir desta terça-feira, dia 26 e até 1 de agosto para "aperfeiçoar" a candidatura. A decisão relativa ao procedimento foi publicada esta segunda-feira na página da Direção Geral de Administração Escolar.
A maioria dos lugares foi aberto por agrupamentos dos quadros de zona pedagógica (regiões pelas quais os professores concorrem e são colocados) de Braga, Viana do Castelo, Porto e Tâmega (QZP 1) e da região de Lisboa e da península de Setúbal (QZP 7) - 2630 e 2234 vagas, respetivamente. Mas enquanto no primeiro caso foram colocados 1711 professores (numa taxa de ocupação de 65%), em Lisboa e Setúbal, duas das regiões mais atingidas pela falta de professores, foram colocados 101 (5% de colocações). No Algarve (QZP 10), outra região do país onde é muito difícil o preenchimento dos horários, foram preenchidas 34 das 465 vagas (7%).
As regras que regulam a mobilidade por doença foram alteradas. As escolas passaram a definir quotas de 10% do quadro para acolherem docentes em mobilidade que têm de ter, pelo menos, seis horas letivas atribuídas. Este procedimento, recorde-se, só pode ser pedido por professores com doenças incapacitantes ou que tenham familiares (conjugues, pais, sogros ou filhos) doentes que precisem de acompanhamento. A intenção é ficarem perto de casa ou dos locais onde fazem tratamento hospitalar. De acordo com as novas regras, só docentes colocados a mais de 20 quilómetros "em linha reta" da sede do concelho em que se situa a escola podem pedir mobilidade.
No ano passado estavam colocados em mobilidade 8818 professores, revelou o ministro da Educação, no Parlamento, há cerca de duas semanas. Ou seja, mais 1674 do que o de candidatos admitidos este ano.
Há dez anos, revelou João Costa, na comissão estavam em mobilidade 128 docentes. A esmagadora maioria (83%) destes docentes, referiu, estava colocado em escolas do norte do país, especialmente nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Viana do Castelo e Vila Real. Um dos objetivos da revisão das regras era o de contrariar a concentração em alguns agrupamentos que tinham mais de 100 professores em mobillidade.
De acordo com a nota informativa publicada pela DGAE, nos agrupamentos no norte e centro do país (Coimbra, Leiria, Guarda e Castelo Branco) foram colocados 3727 docentes (87% do total de colocados) e nos quadros do Oeste, Lezíria, Lisboa, Alentejo e Algarve, 541 professores. Nos agrupamentos destas regiões a sul, (QZP 6 a QZP10) ficaram por preencher 3582 lugares. No norte e centro, 1448.