Montenegro distribui flores a mães de Bragança e recusa que Hernâni Dias esteja na origem da crise política
Foi entre os pingos dos aguaceiros e da multidão que o recebeu esta manhã de domingo, em Bragança, que Luís Montenegro, candidato da Aliança Democrática (AD) distribuiu tulipas às mães de Bragança e de Portugal, a quem desejou um “dia feliz” já na varanda da sede do PSD.
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Antes de chegar à sede do partido, na Praça da Sé, o presidente do PSD desceu a Avenida João da Cruz, e aproveitou para tomar um café no Café Lisboa, onde foi questionado pelos jornalistas sobre se vai voltar a ganhar em Bragança, cujo cabeça de lista da AD, é Hernâni Dias, o ex-secretário de Estado da Administração Local e do Ordenamento do Território, envolvido na polémica da criação de imobiliárias já depois de ter assumido o cargo no Governo. “Depois se verá. Tenho a certeza absoluta que nós vamos ganhar com muita margem as eleições de Bragança”, afirmou o líder dos sociais-democratas, rejeitando que Hernâni Dias esteja na origem da crise política.
Rompendo com dificuldade pela multidão para cumprimentar os feirantes, o candidato da direita lá foi conseguindo dar beijos e abraços. “Faltam 15 dias para continuarmos a mudar Portugal. Faltam 15 dias para darmos a Portugal mais estabilidade, faltam 15 dias para termos nas urnas uma maioria maior”, disse Montenegro aos presentes, a maioria dos quais militantes e simpatizantes do partido, pois a chuva afastou os demais das ruas de Bragança, no último dia da Feira das Cantarinhas, que começou na quinta-feira.
“Até ao último minuto, não deem a vitória como adquirida, lutem para esclarecer um a um, todos os vossos amigos, todos os vossos familiares e todos aqueles com quem se cruzam na rua”, pediu o candidato na descida da Avenida João da Cruz até à Praça da Sé, apoiado pelos autarcas eleitos pelo PSD no distrito de Bragança, por Hugo Soares, secretário-geral do PSD, e Nuno Melo, presidente do CDS-PP. “O trabalho que temos vindo a fazer tem de continuar. Portugal não pode parar. Ninguém ganha as eleições antes do dia das eleições, mas também ninguém pode mudar o voto no dia a seguir”, referiu pedindo aos presentes “para darem tudo e continuar o trabalho que valoriza as pessoas e não deixa ninguém para trás, que olha para os jovens e lhes dá esperança para não terem que emigrar em busca de uma oportunidade, este trabalho que olha para quem está no ativo e que chega ao fim do mês e paga menos impostos e tem mais retribuição sobre o seu esforço e trabalho”, refletiu.
Luís Montenegro, que tem raízes familiares no concelho, salientou “que é a partir de Bragança que quero dizer não queremos deixar ninguém para trás, nós queremos os jovens em Portugal e todos os que estão no ativo, e aos reformados, já sabem que podem contar connosco. Nós estamos aqui para valorizar as nossas pensões”.
Montenegro diz que quer imigração regulada “para não ser a balbúrdia”
Luís Montenegro criticou ainda a política de emigração anterior ao Governo da AD, dizendo que “era uma balbúrdia”, durante a arruada em Bragança, onde esteve em campanha. “Não quero estar a comentar o que os outros dizem. O que quero dizer é que nós prometemos ter uma imigração regulada e uma imigração humanista e é isso que estamos a fazer”, explicou após ser questionado pelos jornalistas enquanto tomava café no Café Lisboa, num espaço que foi pequeno para tantos os que o queriam cumprimentar.
“Para haver regras, para haver uma imigração regulada e para nós sabermos quem está cá, o que está a fazer e onde é que está para poder ter acesso a um trabalho, a uma habitação, a cuidados de saúde nós precisamos que as regras se façam cumprir. Se as regras não se cumprirem, se for a mesma coisa, cumprir ou não cumprir, as pessoas acabam por não cumprir e, portanto, o que nós estamos a fazer é apenas a cumprir a lei. Estamos a ser consequentes para não termos a balbúrdia, que foi aquilo que encontramos quando chegamos ao governo”, acrescentou.