O presidente da Câmara do Porto contra-atacou o líder social-democrata, pegando nas palavras de Pedro Passos Coelho para o acusar de pretender "um fato à medida dos partidos".
Corpo do artigo
Em causa estão as alterações à lei eleitoral autárquica que levam Rui Moreira a insinuar que quem se opõe a mexidas é porque provavelmente quer ganhar as eleições de 2017 "na secretaria".
"Os partidos é que, pelos vistos, querem um fato à medida". Foi assim que Rui Moreira reagiu, nesta tarde de terça-feira, às declarações feitas, segunda-feira, por Pedro Passos Coelho, considerando que os projetos de lei que visam alterar a lei eleitoral autárquica e que vão ser discutidos, sexta-feira, no Parlamento, são "uma espécie de fato à medida de uma candidatura independente, no Porto".
"Essa é uma falsa questão. Essa candidatura independente do Porto foi eleita nas últimas eleições sem nenhum problema na lei eleitoral", prossegui o líder social-democrata, considerando, assim, que a lei eleitoral autárquica não dificulta o aparecimento de candidaturas de grupos de cidadãos.
Não tem sido esse, contudo, o entendimento de Rui Moreira. Preocupado com o que aconteceu ao ex-candidato a Gondomar e seu atual chefe de Gabinete, Fernando Paulo, o presidente da Câmara do Porto lançou, em junho, um repto aos partidos para alterarem a lei e acabarem com a norma que obriga a que os independentes tenham que recolher assinaturas, para formalizar a sua candidatura, apresentando já a sua lista completa, incluindo com suplentes. É que, caso a lista tenha que ser alterada, as assinaturas recolhidas podem ser invalidadas. Situação que o autarca portuense não compreende que ainda exista numa democracia.
"O que pretendemos é um estatuto equiparado aos partidos. É vestir o mesmo fato que os partidos construíram para si", sustentou Rui Moreira. Ou seja, o autarca pretende que os independentes possam apresentar a sua lista completa nos mesmos prazos fixados para os partidos. "A única coisa que pretendo é que se diminua a imponderabilidade", prosseguiu, insinuando: "Se os partidos entendem que querem ganhar isto, ou tentar ganhar isto, na secretaria, é uma questão que se tem que perguntar aos partidos. Pela minha parte, é certo: estarei presente nas próximas eleições, com ou sem alterações à lei".