"Ser peregrino é procurar e arriscar”, afirmou o Papa Francisco no encontro que manteve com jovens na Universidade Católica Portuguesa (UCP), esta manhã, no início do segundo dia da visita a Portugal.
Corpo do artigo
Num discurso em que citou Fernando Pessoa, Sofia de Melo Breyner e Almada Negreiros, o Papa disse aos jovens que "o ser descontente é ser homem" e que “não estamos numa agonia, mas num parto. Não no fim, mas no início de um grande espetáculo”. Tratando os jovens por “amigos”, incentivou-os a procurar e a arriscar e a desconfiar das “fórmulas pré-fabricadas, das respostas que nos parecem ao alcance da mão, extraídas da manga como se fossem cartas viciadas de jogar". "Desconfiemos das propostas que parecem dar tudo sem pedir nada”, disse ainda Francisco.
Na receção ao Papa, a reitora da Católica disse que a instituição do ensino superior tem de se erguer como "a guardiã da esperança". Na sua intervenção, Isabel Capeloa Gil explicou que isso "significa promover a capacidade de sonhar".
"Somos uma universidade em saída, com forte sentido social. Orgulhamo-nos do trabalho com os jovens em situação de fragilidade social e económica, migrantes e refugiados", frisou.
Quatro estudantes da UCP, de diferentes cursos e locais, partilharam testemunhos em frente ao Papa Francisco.
Tomás Virtuoso, de 29 anos, Licenciado e mestre em Economia pela Católica Lisbon School of Business and Economics, realçou que "não é possível uma verdadeira ecologia integral sem Deus, que não pode haver futuro num mundo sem Deus" e Mariana Craveiro, de 21 anos, licenciada em Psicologia pela Faculdade de Educação e Psicologia, contou que a experiência universitária a ajudou "a perceber a urgência de manter a prioridade dada à pessoa humana”.
O terceiro testemunho foi de Beatriz Ataíde, de 27 anos, estudante de Filosofia na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa de Braga. A estudante falou da sua vocação tardia e de como “a partir do campo da cultura”, se sentiu chamada a ser “abençoada por Deus”. O último testemunho, que emocionou o Papa, foi de Mahoor Kaffashian, uma refugiada do Irão que está a estudar Medicina Dentária em Viseu.