Pouco mais de um terço dos portugueses pratica exercício físico com regularidade
Metade dos portugueses diz ter praticado exercício físico nos últimos 12 meses. Mas, pouco mais de um terço o fez com regularidade (cinco ou mais vezes por semana) ou com alguma regularidade (uma a quatro vezes por semana). O Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta que o principal obstáculo é a falta de tempo.
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Num inquérito realizado a pessoas entre os 18 e os 69 anos, o INE adianta que 36,2% praticam exercício físico com regularidade ou alguma regularidade, isto é, semanalmente. Uma diferença substancial face aos 50,4% de pessoas que disseram ter exercitado o corpo nos últimos 12 meses.
Os dados são referentes a 2022 e mostram que a falta de tempo é um dos principais obstáculos (42,5%) para os portugueses não fazerem qualquer atividade física ou desportiva. Pouco mais de 27% admite que não o gosta de fazer. Há ainda as pessoas que, devido a uma doença ou a uma deficiência, não conseguem fazer exercício (16,3%). Este sábado, 6 de abril, assinala-se o Dia Mundial da Atividade Física e o Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e a Paz.
Em 2016, havia mais portugueses a praticar exercício físico regularmente (38,1%). Na distribuição por género, no inquérito sobre o ano de 2022, há uma ligeira vantagem (pouco mais de um ponto percentual) para as mulheres, que praticam mais exercício físico do que os homens. O perfil mais detalhado dos praticantes situa-os na faixa etária entre os 35 e os 54 anos, "com um nível de escolaridade completo até ao 3.º ciclo do ensino básico e empregados", aponta o INE, na quarta edição da publicação "Desporto em Números".
No que toca ao desporto propriamente dito, há mais 41,8% de portugueses federados face a 2016. No total, 686 214 pessoas estavam inscritas em federações desportivas em 2022, com a maioria a praticar futebol, natação, voleibol e andebol, por esta ordem. "Os homens predominavam no futebol (90,4%) e no andebol (60,5%), enquanto as mulheres eram maioritárias na prática de voleibol (55,7%) e de natação (55 %)", explica o INE. As mulheres destacavam-se também na ginástica e na patinagem artística.
No ano passado, o INE refere que o emprego desportivo tinha mais de 45 mil trabalhadores em Portugal, que são mais 5,6% face a 2022. "Em relação à população empregada total, o emprego desportivo caracterizava-se por ser mais masculino, mais jovem e mais escolarizado", pormenoriza o instituto.
Os dados preliminares de 2023 mostram igualmente um crescimento nas exportações de bens desportivos, na ordem dos 604 milhões de euros. Foram mais 2,9% do que em 2022, o que foi acompanhado por uma redução de 6% nas importações. O saldo foi, portanto, positivo: "207,6 milhões de euros na balança comercial de bens desportivos", a que se deve sobretudo à venda de bicicletas para o estrangeiro.