O candidato presidencial Henrique Neto apelou ao voto dos abstencionistas para acabar com o "sistema" composto pelos partidos.
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"A minha candidatura apela aos abstencionistas, aos desiludidos com a vida em Portugal e com a política portuguesa, que já não votam. Apelo a esses para que, pelo menos desta vez, votem para mudar a situação que estamos a viver, porque se não o fizermos agora podemos ter a certeza que vamos ter mais quatro, oito ou dez anos da degradação da nossa vida politica, económica e social", afirmou.
Henrique Neto, que falava aos jornalistas depois de uma ação de campanha no Mercado de Cascais, acusou os restantes candidatos a presidente da República de não quererem discutir os problemas do país. "E os candidatos da situação [associados a partidos] são os que têm mais tempo de antena e influenciam mais as pessoas. Defendem-se por todas as formas e uma das formas é o acesso à Comunicação Social", disse.
O candidato deu como exemplo o debate televisivo de terça-feira à noite, lamentando que tivesse tido muito menos tempo disponível para falar do que Marcelo Rebelo de Sousa.
Por isso, num primeiro balanço da campanha eleitoral, Henrique Neto não tem dúvidas: "há uma desigualdade grande".
À semelhança do que havia dito na terça-feira à noite, no debate com todos os candidatos, Henrique Neto voltou a frisar que "existe mentira na política portuguesa".
"Os candidatos do sistema, ou da situação, que procuram não debater os problemas nacionais - desemprego, estagnação da economia, afastar da União Europeia - e enrolam as questões nos afetos e estabilidade, no fundo, estão a mentir aos portugueses", sustentou.
Sobre as subvenções vitalícias, que foi também criticada pelos candidatos no debate televisivo, Henrique Neto disse não condenar a decisão do Tribunal Constitucional, mas referiu que "a lei não devia ter existido".
"É um problema que se conhece. A luta em Portugal é pela ascensão ao poder. Uma vez instalados no poder, os que lá estão procuram beneficiar-se o mais que podem. Os políticos fazem sistematicamente leis para os beneficiar a eles", concluiu.
Henrique Neto distribuiu folhetos e cumprimentou feirantes do Mercado de Cascais e muitos elogiaram a sua participação no debate de terça-feira.
Alguns prometeram-lhe o voto, mas outros mostraram-se "fartos de políticos que prometem e não cumprem". Aos descrentes, Henrique Neto ainda assim prometeu: "vote em mim no domingo que vai ver que as coisas vão mudar".