PSD diz que compete a Marcelo "avaliar condições em que membros do Governo exercem funções"
O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou "normalíssimo" o pedido de esclarecimentos feitos pelo presidente da República a António Costa sobre o caso que evolve o ex-autarca de Caminha e atual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves.
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Em causa está a polémica em torno de um pagamento antecipado de 300 mil euros a uma empresa em 2020, no âmbito de um contrato de arrendamento para fins não habitacionais relativo a um Centro de Exposições Transfronteiriço (CET), que está por construir.
"Se o senhor presidente da República vai fazer essa diligência, naturalmente que registo e se me perguntam se acho normal, acho normalíssimo. É função do presidente da República também fazer a avaliação das condições em que os membros do Governo exercem a sua função", declarou o líder social-democrata, considerando que "apesar das propostas de nomeação serem do primeiro-ministro, quem é responsável por nomear e exonerar em última instância os membros do Governo é senhor presidente da República".
Luís Montenegro lembrou ainda, a propósito deste caso, que o PSD deu entrada na segunda-feira no Parlamento com um requerimento para que Miguel Alves, seja ouvido, motivado "pelas explicações insuficientes" apresentadas até agora pelo governante sobre o caso.
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Em declarações aos jornalistas em Viana do Castelo, no final de um périplo de cinco dias àquela região, Montenegro comentou ainda a contratação de um jovem de 21 anos para funções de adjunto no Gabinete da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. "Parece-me um bocadinho estranho que um recém-licenciado cavalgue, do ponto de vista do exercício de funções públicas para uma posição de topo, com uma experiência que é, no mínimo, aparentemente insuficiente", afirmou, acrescentando: "Não quero estar a fazer juízos de valor sobre situações que não conheço em detalhe. Não sou imune às notícias, mas precisarei de perceber também esse aspeto e penso que o Parlamento não deixará de fazer também esse escrutínio, sobre quais foram os fundamentos que presidiram a essa nomeação e à fixação da respetiva remuneração e da posição do ponto de vista orgânico dentro da estrutura do Governo".