O presidente do PSD, Rui Rio, não espera que o Governo endureça as medidas para o Natal e afirmou que, tendo em conta as "expectativas geradas", seria "muito difícil" fazê-lo. Rio também disse que o caso do SEF não deve servir de argumento para reestruturar o organismo, acrescentando que a decisão sobre a continuidade de Eduardo Cabrita cabe ao primeiro-ministro.
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À saída de uma reunião com o presidente da República, esta quarta-feira, em Belém, Rui Rio considerou que o facto de o Governo ter anteriormente anunciado que iria aliviar as restrições nos dias 24 e 25 torna "muito difícil dizer às pessoas que não há Natal".
Ainda assim, líder do PSD considerou que o cenário mais provável é que o Executivo não proceda a quaisquer alterações a essas medidas na reavaliação que fará na sexta-feira: "Penso que não irão alterar o aligeiramento das medidas", referiu.
O líder do PSD prefere concentrar-se em pedir "coragem" para que o Governo endureça as medidas na passagem de ano, caso haja um "agravamento" de casos após o Natal.
Embora reconheça que o balanço do período natalício só pode ser feito "a posteriori", Rio sustentou que será possível conhecer-se atempadamente "alguns indicadores" que permitam tirar ilações para os dias 31 de dezembro e 1 de janeiro.
O líder laranja também abordou o plano de vacinação, sustentando que "convinha" que a vacina fosse administrada "em mais lugares para lá do SNS".
Campanha presidencial nas ruas? Fica para a "consciência" de cada candidato
Sobre a morte do cidadão ucraniano às mãos do SEF, Rio disse que o que se passou "não é razão para se fazer a reestruturação" do organismo, mas sim para mover um processo-crime. "Uma coisa não tem a ver com a outra", reforçou, acrescentando que a reforma do SEF não deverá tornar-se um pretexto para "tentar encobrir" o que se passou.
Quanto ao ministro Eduardo Cabrita, cuja continuidade à frente do ministério da Administração Interna tem sido posta em causa por vários partidos na sequência da morte de Ihor Homeniuk, Rui Rio foi prudente: disse ser "inegável" que o governante "não geriu bem a situação", mas considerou que a sua eventual demissão é "da estrita responsabilidade do primeiro-ministro" e não quis responder o que faria caso chefiasse o Governo.
A campanha eleitoral das presidenciais de 24 de janeiro foi outro dos assuntos abordados na reunião com Marcelo Rebelo de Sousa. Rui Rio considerou que caberá à "consciência" de cada candidato decidir se realizará ou não ações de rua. "Se fosse candidato, não faria [arruadas] seguramente", confidenciou.
"Os candidatos sabem que o eleitorado saberá avaliar os comportamentos", prosseguiu o líder social-democrata, dizendo estar "quase certo" de que Marcelo, cuja recandidatura o PSD apoia, fará uma campanha com todas as precauções em virtude da pandemia.