Entre 'piropos', tremoços de Cadima curtidos nas nascentes dos Olhos da Fervença e chouriços, foi na feira da Tocha que a candidata à Presidência da República Maria de Belém Roseira 'arrancou', este domingo, para a última semana de campanha.
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"Está muito bem temperado, não tem muito sal, porque o sal faz muito mal à saúde e nós temos em Portugal muita tendência para a tensão alta, de maneira que quanto menos sal melhor", disse a candidata presidencial, depois de provar um tremoço.
Por um euro e vinte cêntimos, Maria de Belém Roseira acabou por trazer um saco de tremoços de Cadima que Isabel Ribeiro garantiu serem curtidos "nos olhos de Fervença, mesmo nas nascentes da água".
"É mesmo artesanal, à moda antiga", disse a vendedora que faz "22 feiras e praças" e achou Maria de Belém Roseira "pequenina", mas "uma grande mulher".
Os 'piropos' e palavras simpáticas foram uma constante entre aqueles que Maria de Belém cumprimentava, em especial o público feminino, que aproveitava a passagem da candidata pela feira da Tocha, no distrito de Coimbra, para também se queixar da vida, das pensões baixas ou do desemprego.
"É toda jeitosa, dê cá um beijinho", ouviu-se às tantas entre bancas de roupa.
Foi também entre casacos, camisolas e calças que a candidata às eleições de 24 de janeiro ouviu um vendedor a ensaiar um novo 'pregão': "Está cá a Maria de Belém, aqui é que compram bem. Podem mexer, podem remexer, podem apalpar, podem-se despir, podem-se vestir, caramba. Está cá a Maria de Belém, caramba, está cá a Maria de Belém, aqui é que compram bem".
Nos corredores mais estreitos, onde alguns empurrões e apertões foram inevitáveis, a antiga presidente do PS ouviu também um comentário inesperado: "Ai, o que vocês fazem para ganhar a vida", disse uma senhora entre risos.
A candidata não respondeu, mas sorriu, seguindo "à vontade" por entre as bancas: "Estou muito à vontade na rua, é onde me sinto bem", comentou com os jornalistas.
Sem comentar as críticas que os seus apoiantes têm deixado ao 'apoio disfarçado' do PS a Sampaio da Nóvoa, porque não é "comentadora dos discursos das outras pessoas" e as "pessoas têm a opinião que é delas, com base naquilo que avaliam", Maria de Belém Roseira não quis também revelar qual a mensagem que prepara para a derradeira semana de campanha.
"Vamos ver, de acordo com a inspiração", respondeu, antes ainda da passagem por uma banca de chouriços e presuntos de "produção caseira", onde mais uma vez a preocupação da candidata com o excesso de sal foi manifestada.
"Não quero abusar, mas não tem muito sal", comentou, enquanto provava uma rodela de chouriço