Madrid pode ser a primeira cidade europeia a reverter a zona de baixas emissões, caso a mais do que provável nova presidente do governo da comunidade autónoma, Isabel Díaz Ayuso, do PP, concretize as ideias que defendeu na campanha eleitoral nas recentes eleições autonómicas
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A dirigente popular considera que o congestionamento noturno de trânsito "torna a cidade especial" e prometeu reverter o projeto "Madrid Central", que retirou a maioria dos automóveis particulares do centro da capital espanhola e reduziu drasticamente a poluição urbana.
Na sequência das eleições, que decorreram em paralelo com as europeias, há 15 dias, o PP, apesar de ter perdido muitos votos, consegue maioria coligado com o Ciudadanos e o Vox. Os representantes dos três partidos de Direita iniciaram conversações logo após o ato eleitoral e deverão confirmar a aliança para governar Madrid e a sua comunidade autónoma.
Além de Isabel Díaz Ayuso, Martinez Almeida, indicado pelo PP para presidente da Câmara, também já manifestou a sua intenção de reverter o plano "Madrid Central". "Vamos repor a situação anterior e espero que os processos legais para isso decorram o mais breve possível", referiu ao diário "El Mundo".
Emissões em queda
O "Madrid Central", que entrou em vigor em novembro, cortou o tráfego urbano em cerca de 24% no coração da cidade. Em resultado desta restrição, os níveis de óxido de nitrogénio (NOx) baixaram 38% e as de CO2 também caíram 14%.
Durante a recente campanha eleitoral, a provável nova presidente do governo disse que "os engarrafamentos não são motivo de diversão", mas considerou que os mesmos são "um sinal de identidade da nossa cidade, onde a rua está sempre viva".
A possibilidade de regresso ao passado provocou, de imediato, reações dos ambientalistas. Nuria Blázquez-Sánchez, porta-voz do grupo de campanha Ecologistas em Ação, destaca que "reverter um projeto tão bem sucedido terá consequências graves para a saúde pública, particularmente para as pessoas vulneráveis como crianças, mulheres grávidas e idosos".