Com champanhe e "tareia" no primeiro-ministro. Foi, assim, que Assunção Cristas festejou o seu 45º aniversário. Ao fim de três dias, Rui Rio baixou um pouco a guarda e a líder do CDS-PP não perdeu a oportunidade de assumir a dianteira do que o PAN considera ser um aproveitamento político de um caso. Cristas quer uma nova comissão de inquérito e que o Ministério Público analise o depoimento de António Costa sobre Tancos.
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CDS-PP: Investigado no Parlamento e pela Justiça. É assim que o CDS-PP quer ver o primeiro-ministro. Neste sábado, Assunção Cristas reuniu a sua comissão executiva e, no final, exigiu que o Ministério Público analise as declarações de António Costa e do ex-ministro da Defesa e que seja criada uma segunda comissão parlamentar de inquérito. Cristas está convicta de que houve contradições ou até perjúrio.
PAN: André Silva concordou com a proposta do CDS-PP e admitiu aceitar uma segunda comissão de inquérito ao furto de Tancos. O líder do PAN, que dedicou o dia às propostas do partido para o reforço da mobilidade, criticou, contudo, a "politização" do caso, "à esquerda e à direita", para se tirar dividendos na campanha.
PSD: Foi o primeiro a fazer pontaria a António Costa a propósito da acusação do Ministério Público no caso do furto de Tancos. Acabou acusado por António Costa de estar a fazer o que já garantiu ser errado: julgamentos na praça pública. Neste sábado, o líder do PSD deixou o CDS-PP assumir a dianteira do ataque cerrado ao primeiro-ministro, desafiando-o apenas a fazer uma lista do que pode ser dito durante a campanha. O partido não desiste, contudo, de convocar a Comissão Permanente do Parlamento.
BE: Para Catarina Martins, há casos que pela sua gravidade não são compatíveis com "achismos" durante uma campanha eleitoral. "Há acusações que são de tal forma graves, que não são de achismo. Perguntarem-me se eu acho que o primeiro-ministro cometeu crime de desobediência qualificada ao responder à comissão de inquérito não é matéria para achismos", atirou a coordenadora do BE, num dia em que tentou captar votos, garantindo que "o Governo nada teria feito sem BE e sem o PCP".
CDU: Jerónimo de Sousa, que na sexta-feira acusou Rui Rio de ter encontrado em Tancos uma "boia de salvação" mas admitiu aceitar uma nova comissão de inquérito, preferiu, um dia depois, desejar as melhoras ao primeiro-ministro e rejeitar sondagens que dão um mau resultado à CDU. "Fiem-se nas sondagens e vão ver a surpresa que terão na noite das eleições", disse o secretário-geral do PCP, em Almada.
PS: António Costa não deu, este sábado, qualquer troco aos ataques que voltaram a chegar do centro-direita a propósito de Tancos. Ninguém no PS quis comentar Tancos e o candidato socialista, que tem vindo a tentar esvaziar a polémica, considerando que se trata de uma matéria da justiça, preferiu lançar uma luta contras as sondagens, tentando evitar uma dispersão de votos.