Montenegro acusa Costa de fazer "fuga para a frente" e de querer "provocar eleições"
Luís Montenegro, líder do PSD, acusa António Costa de ter feito uma "fuga para a frente" e de querer provocar eleições antecipadas,"refugiando-se" numa "guerra de palácios" com o presidente da República, ao manter em funções o ministro João Galamba. O líder do PSD não pede eleições, para já, mas diz que não as recusa se for essa a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa. "Sim, estamos melhor preparados do que o atual Governo", disse, numa declaração esta quarta-feira na sede nacional do PSD.
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O líder do PSD acusou António Costa de "leviandade, ligeireza e falta de princípios" na forma como lidou com o episódio de João Galamba. "A maioria foi desbaratada", frisou, após reunião da comissão permanente do PSD, em Lisboa.
Luís Montenegro acusou o Governo de andar entretido "em guerras partidárias caseiras", sem "tempo, disposição ou vontade de governar o país, sem nenhum programa". Uma "guerra de palácio", insistiu, criada pela próprio António Costa que se move, criticou, não pela "consciência" mas pelo instinto de "sobrevivência" política.
O primeiro-ministro, defendeu Luís Montenegro, "desistiu há meses de governar e entrou em modo de campanha eleitoral". Para o líder do PSD, a incapacidade de António Costa "suster casos de abuso de poder" ou de "incompetências" é a prova de que pretende provocar eleições antecipadas. "Este teatro foi premeditado e estava preparado para a primeira ocasião", sublinhou.
"Para este primeiro-ministro tudo é um jogo de teatro político e jogo de sobrevivência que joga com um prazer egoísta. Este perfil de primeiro-ministro não interessa a Portugal", insistiu, garantindo que o PSD está pronto para eleições.
"Portugal precisa de um primeiro-ministro e de um Governo diferente, com sentido de Estado e com respeito pelas instituições", afirmou.
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PSD não vai pedir moção de censura
"Pessoalmente, quero dizer nos olhos aos portugueses que não me move nenhum espírito de sobrevivência individual ou partidária. Pelo contrário, move-me um espírito de missão que será a minha última na política ativa. Serei um primeiro-ministro livre, pronto para enfrentar interesses instalados e para combater privilégios injustificados. E serei primeiro-ministro em consequência de uma vitória nas eleições, realizem-se elas quando se realizarem. Estamos serenos e sem pressas", afirmou Luís Montenegro.
O PSD garantiu não vai apresentar uma moção de censura ao Governo, no Parlamento, pois isso seria "um frete" ao PS.
"Não somos nós que queremos lançar o país para uma situação de ingovernabilidade. Quem quer tirar partido da instabilidade é o PS e o primeiro-ministro", acusou, insistindo que o "PSD não irá beneficiar o infrator".
Interpelado sobre a posição do PSD quanto à possível dissolução decidida pelo presidente, Montenegro respondeu que o partido respeitará qualquer decisão de Marcelo Rebelo de Sousa. E voltou a insistir, num recado ao chefe de Estado, que "se e quando houver eleições antecipadas, o PSD está totalmente preparado para as disputar, para as vencer e fazer delas um governo reformista".