A produção elétrica está suspensa nas barragens do Alto Lindoso, Touvedo, Vilar-Tabuaço e Cabril/Castelo de Bode. Na barragem da Bravura, no Algarve, não é mais possível usar a água para fins agrícolas dada a magnitude da seca.
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As medidas foram anunciadas, esta terça-feira, pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, no fim da reunião da Comissão de Acompanhamento da Seca.
Matos Fernandes diz que já "foram dadas ordens" para que, nas barragens do Alto Lindoso, Touvedo, Vilar-Tabuaço e Gerês (Cabril/Castelo de Bode), "não seja utilizada água para produção de eletricidade - exceto valores mínimos necessários para o equilíbrio do sistema". Nos quatro dias em que a medida já vigorou, "no Alto-Lindoso e Touvedo, conseguimos recuperar de 12 para 15% do volume de água", especificou.
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Nas barragens que já têm "volumes de água armazenados claramente abaixo da média e que são utilizadas para a produção de eletricidade, fixamos cotas mínimas para o volume de água", sempre fixadas tendo em conta o uso principal da água, ou seja, o consumo humano. "Garantindo que teremos sempre água para o consumo humano para dois anos", assegurou o governante.
Quanto à rega, a "restrição foi imposta já para a Bravura, no barlavento algarvio. Não é possível regar mais a partir desta barragem", disse Matos Fernandes.
O ministro acredita que não faltará água para consumo humano, considerando a "possibilidade que temos de conseguir continuar a transferir água a partir do Alqueva, nomeadamente para outras barragens, para a rega; a disponibilidade hídrica que temos da bacia do Douro, com duas barragens muito próximas do seu nível médio de armazenamento, que são o Baixo Sabor e o Tua".
O Governo revelou ainda que pediu ajuda à União Europeia para apoiar os agricultores, já que a seca veio "condicionar o desenvolvimento de pastagens e culturas", disse a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes. Os agricultores viram os custos da alimentação dos animais e fertilizantes, entre outros, aumentarem, concretizou.
"Já estamos em contacto com a Comissão Europeia para estendermos às medidas do covid esta situação de seca e podemos pedir, nomeadamente, a redução das taxas de controlo e o reforço e simplificação dos adiantamentos para podermos também estar atentos à tesouraria dos agricultores", assegurou a ministra da Agricultura.