Temperaturas altas, risco acrescido de incêndio. Portugal tem traumas difíceis de ultrapassar nessa matéria. No entanto, bem pior será o "inferno" da guerra na longínqua Ucrânia, onde a morte tem uma frequência diária. Por cá, prosseguem os habituais dramas da crueldade pura, do crime e do infortúnio.
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Dias e noites muito quentes, com uma humidade relativa do ar muito baixa e temperaturas iguais ou superiores a 40 graus em quase todo o território nacional. Este é o retrato traçado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para esta semana. A partir desta terça-feira, a par da subida das temperaturas, agrava-se o risco de incêndio. Face a esta infeliz conjugação , foi decretado o estado de contingência, uma formalidade cujo significado o JN explica de forma detalhada.
Se a canícula atmosférica ameaça agravar o "inferno" na Terra, tanto em Portugal como noutros países europeus, a verdade é que a guerra prossegue no terreno, indiferente às variações climáticas mais acentuadas. Na Ucrânia, o governador de Kharkiv, Oleh Synyehubov, revelou, no Telegram, que três pessoas morreram e 28 ficaram feridas, incluindo uma criança de 16 anos, na sequência de bombardeamentos em Kharkiv, esta segunda-feira de manhã. O Exército ucraniano afirma ter conseguido, após uma ofensiva em territórios no sul da Ucrânia parcialmente ocupados por soldados russos, reconquistar a pequena localidade de Ivanivka, na região de Kherson. Entretanto, o balanço de um ataque russo a um edifício residencial em Chasiv Yar, leste da Ucrânia, no fim de semana, subiu esta segunda-feira para 26 mortos, anunciaram as autoridades ucranianas.
Longe dos horrores da guerra, os portugueses constatam que a crueldade também tem manifestações bem próximas. Um bebé recém-nascido foi encontrado abandonado junto a um hotel em Cascais. Ainda tinha o cordão umbilical e aparentava boa saúde. Há duas semanas, um bebé tinha sido encontrado sem vida num caixote do lixo em Sintra. A mãe deu entrada no hospital Amadora-Sintra, com hemorragias e sem a criança.
A morte espreita nas situações mais inusitadas. Um atropelamento seguido de colisão entre três veículos causou um morto e um ferido ligeiro, esta segunda-feira de manhã, na Avenida AEP, no Porto. A vítima mortal era uma mulher de 56 anos, que atravessou no sítio errado à hora errada.
Perder o dinheiro é sempre melhor do que perder a vida. Ainda assim, ser vítima de um esquema de malfeitores nunca é agradável. A GNR de Portalegre montou, esta segunda-feira, uma operação que visava desmantelar uma rede que se dedicava a emprestar dinheiro a juros muito elevados, ameaçando depois quem não os conseguia pagar. Foram detidos três homens e duas mulheres.