Ao 44º dia de guerra, a Ucrânia foi formalmente <a href="https://www.jn.pt/mundo/ao-minuto/presidente-da-comissao-europeia-a-caminho-de-kiev-14753250.html" target="_blank">convidada a aderir à União Europeia.</a> O convite foi feito, simbolicamente, numa conferência de imprensa em Kiev, na qual a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, entregou ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, um envelope com um questionário. Com base nas respostas, a Comissão Europeia há de emitir uma recomendação ao Conselho Europeu, para este estabelecer, depois, os passos seguintes do processo de adesão. O que costuma demorar "anos", deverá demorar "semanas", declarou von der Leyen, depois de outras promessas: uma sexta vaga de sanções contra a Rússia; e um cheque de mil milhões de euros para a Ucrânia. Ao lado, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, enfatizou aquilo que, a seu ver, falta à Ucrânia: "Armas, armas, armas". "O mínimo que podemos fazer é dar-vos armas", disse Borrell.
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A viagem de Josep Borrell e da presidente da Comissão já tinha passado por Bucha, de onde têm chegado relatos chocantes de centenas de civis assassinados pelas tropas russas. "É impensável o que aconteceu aqui", expressou Ursula von der Leyen. A Rússia continua a refutar responsabilidades, acusando a Ucrânia de encenar as mortes para desacreditar as suas tropas.
Aparentemente, a investigação do sucedido em Bucha já está em curso. Hoje mesmo, houve notícia de que investigadores forenses exumaram 20 cadáveres de uma vala comum. Um deles era de uma funcionária de um supermercado.
Não faltará trabalho aos investigadores. Até à simbólica conferência de imprensa da presidente da Comissão Europeia na capital ucraniana, a notícia principal da jornada era a queda de um míssil na estação ferroviária de Kramatorsk. Os balanços avançados apontam para cerca de meia centena de vítimas mortais, algumas delas crianças. O ataque foi condenado, nomeadamente, pela UNICEF. O presidente da Ucrânia falou em "maldade sem limites", a Rússia voltou a dizer-se vítima de encenação, alegando que só as forças ucranianas usam o tipo de míssil (Tochka-U) caído em Kramatorsk.
Ainda em matéria de crimes de guerra, esta sexta-feira também foi noticiada a publicação, no Telegram, de um vídeo onde são vistos soldados ucranianos a executar prisioneiros russos, feridos e desarmados. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano garantiu que o país vai investigar.
Por cá, o tema da guerra chegou ao Diário da República, com publicação de uma portaria que permite às creches, do setor social e com acordos de cooperação com o Estado, aumentar até duas vagas por sala para acolher crianças ucranianas refugiadas em Portugal.
Os estilhaços que atingem a economia mundial também foram sentidos na Assembleia da República. O líder do PSD, Rui Rio, exigiu que os salários sejam "ajustados", para acompanharem a inflação, e também acusou o Governo de "lucrar com a guerra", ao não baixar o preço dos combustíveis. À Esquerda, PCP e BE também criticaram o Executivo por não prever reforços salariais.
Não será para menos. Os preços globais dos alimentos atingiram, em março, os níveis mais altos de sempre, segundo anunciou, esta sexta-feira, a ONU. Os óleos de cozinha, os cereais e as carnes atingiram altas históricas nas principais bolsas mundiais de bens essenciais, com aumentos médios de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
Ainda na Assembleia da República, um "número mediático" do Chega, como lhe tinha chamado de véspera Rui Rio teve o resultado esperado. O partido de André Ventura propôs uma moção de rejeição do programa do novo Governo e votou sozinho a favor da mesma.
No plano da justiça, o dia amanheceu com a notícia da morte de um aluno de Solicitadoria do Politécnico de Leiria, que sofreu lesões torácicas num apartamento que partilhava com colegas na periferia da cidade do Lis. A Polícia Judiciária de Leiria assumiu a investigação do caso, da qual amanhã daremos novidades.