Ausência de tudo e a falência da humanidade na exaurida Gaza
Faltam água, eletricidade, combustível, alimentos, medicamentos. Falta tudo, na estrangulada Faixa de Gaza, sujeita, desde 7 de outubro, a um bloqueio total que apenas tem permitido a entrada, sempre escassa, de ajuda humanitária pela passagem de Rafah, fronteira que liga o Egito ao Sul do enclave palestiniano.
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O cenário de ignomínia para que foram arrastados mais de dois milhões de palestinianos tem suscitado apelos diários desesperados das agências da Nações Unidas que, a custo, ainda operam no terreno, neste momento fustigado por fortes bombardeamentos, num dia em que é esperada a expansão da operação terrestre israelita em Gaza, como lhe explica a jornalista Ana Moura.
Esta sexta-feira, a estação Aljazeera avançou que as comunicações com o exterior colapsaram, não subsistindo as ligações por internet e telemóvel, informação confirmada pelas duas maiores operadoras de telecomunicações no enclave palestiniano e pelo observatório da internet NetBlocks, organismo independente sediado em Londres. Informação que pode acompanhar na atualização contínua na página online do JN.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU reiterou hoje que a escassez de combustível está a agravar as “condições catastróficas” em que se vive em Gaza. Algo tão elementar como o pão já só é produzido em duas das 23 padarias contratadas pela agência antes do conflito que opõe Israel ao grupo islamita Hamas, de que dependem milhares de famílias deslocadas, que fintam a morte em abrigos improvisados.
As tensões e clivagens associadas ao conflito, que se fazem sentir por todo o mundo, com sucessivas manifestações de apoio a palestinianos e a israelitas, desencadearam episódios de agressão no Porto, com a PSP a confirmar, esta sexta-feira, ter recebido uma queixa de ativistas pró-Palestina, alegadamente agredidos nos últimos dias por um grupo de seis pessoas, durante as vigílias realizadas em frente à Câmara Municipal do Porto, como lhe contam os jornalistas Tânia Soares e Nélson Morais.
Uma falsa ameaça de bomba na estação de metro da Trindade, no centro do Porto, paralisou hoje as operações do metropolitano durante duas horas, com a evacuação da estação e os trabalhos de inspeção das autoridades, que não encontraram qualquer engenho explosivo no local, como lhe contam as jornalistas Adriana Castro e Marisa Garcia. O episódio resultou sobretudo em transtorno para os passageiros, que se viram obrigados a procurar transportes alternativos.
À semelhança do processo que em Portugal fez tremer as estruturas da Igreja Católica, também Espanha, através da Provedoria de Justiça, libertou esta sexta-feira um relatório, apresentado no Parlamento, que aponta que cerca de 445 mil espanhóis terão sofrido abusos sexuais dentro da Igreja. Documento que inclui testemunhos de quase 500 vítimas, como pode ler neste texto do jornalista Gabriel Hansen.
O presidente Marcelo Rebelo de Sousa devolveu ao Governo, esta sexta-feira, o diploma sobre a privatização da TAP. O chefe de Estado remeteu uma carta ao primeiro-ministro António Costa em que esclarece que as respostas pedidas ao Executivo sobre a matéria não esclarecem três aspetos “essenciais”, como detalha o jornalista João Vasconcelos e Sousa.