O objeto escolhido pelo ator e cantor
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Apesar de ter outros objetos pessoais que me acompanham há bastante tempo, pois dou muito valor ao simbolismo que carregam, o que elejo é a minha espada singela. Sobretudo nesta época do ano, em que dedico parte do meu tempo a fazer recriação histórica.
Sempre tive um grande interesse pela História de Portugal, porque acredito que faz parte da nossa identidade como povo. O que somos é também o resultado das opções feitas por todos os reis e decisores da nossa história. Daí ser importante conhecê-las, para não se repetirem erros.
Adquiri esta espada quando comecei a fazer recriação e, apesar de treinar esgrima durante o ano, é nos eventos medievais que a tenho à cinta. E que sensação especial é. O seu peso, a sua elegância, o carregar de tudo o que ela significa.
A espada está associada à bravura, à justiça, ao poder, à luz, ao conhecimento, à verdade, à força de vontade e à conexão com o mundo espiritual. O seu uso em combate equivale a uma dança, com equilíbrio, destreza, harmonia e fluidez. Com ela já lutei em torneios, ataquei e defendi castelos, estive em campos de batalha. Quando a uso, carrega toda a nossa história e a maneira como a interpreto e sinto. Talvez seja demasiado para uma vara de aço, com guarda e pomo de aço e punho de couro. Mas os objetos, como muitas coisas na vida, têm o valor que nós lhes damos.
Pedro Laginha
Ator e cantor
54 anos
Pedro Laginha veste a pele de Rui Pereira, o primeiro Conde da Feira, na Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que decorre até 10 de agosto, em Santa Maria da Feira.
