A falta de líderes jovens na democracia atual
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Da provável vitória de Donald Trump, um septuagenário que se apresenta como “jovem” em comparação ao seu oponente, Joe Biden, ressalta uma questão crucial: porque não consegue a democracia produzir líderes jovens viáveis? Diversos fatores contribuem para essa realidade.
Primeiramente, o processo eleitoral favorece a experiência e a visibilidade acumuladas ao longo dos anos. Líderes mais velhos possuem uma trajetória consolidada, redes de contactos e, muitas vezes, recursos financeiros significativos. A juventude, por sua vez, carece dessas vantagens estruturais, enfrentando dificuldades para ganhar espaço e reconhecimento num ambiente político altamente competitivo.
Outro ponto crucial é a polarização crescente, que marginaliza a inovação e o pensamento fresco trazido pela juventude. Num cenário de extremos, a renovação política torna-se mais difícil, pois os partidos buscam figuras já conhecidas e testadas, capazes de mobilizar bases eleitorais polarizadas. A falta de renovação partidária, por sua vez, perpetua a predominância de líderes mais velhos.
A democracia vive nesse paradoxo. Enquanto a renovação é vital para a sua saúde, as barreiras institucionais e culturais dificultam a emergência de líderes jovens. Para superar esse desafio, é necessário um esforço conjunto que inclua reformas no sistema eleitoral, incentivos ao engajamento juvenil e uma mudança na perceção pública sobre a capacidade dos jovens de liderar.
A provável vitória de Trump, apesar de ser “jovem” apenas em comparação ao seu oponente, destaca a necessidade urgente de refletirmos sobre a inclusão da juventude na política. Afinal, uma democracia vibrante deve ser capaz de renovar-se constantemente, incorporando a energia e a inovação que só os jovens podem trazer.