Apesar de eu nada ter a ver com o universo da Internacional Socialista, pedi emprestado o famoso slogan da campanha de François Mitterrand para o título desta crónica. Tudo isto porque no dia em que a AEP comemorou os seus 173 anos de vida, foi dessa imagem, de uma força tranquila, que me lembrei quando me recordei dos vários presidentes que conheci e com quem tive o privilégio de colaborar ou conviver desde 1987.
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Recordo com orgulho que a então Associação Industrial Portuense, hoje AEP - Associação Empresarial de Portugal - foi o meu primeiro patrão na minha vida de trabalhador por conta de outrem, depois de ter deixado com muita pena a minha primeira "paixão" profissional que foi o jornalismo no saudoso "O Comércio do Porto".
Conheci por isso muito bem o presidente Ludgero Marques e desde a sua presidência até ao atual presidente, Luís Miguel Ribeiro, passando por José António Barros e pelo meu saudoso e muito estimado amigo Paulo Nunes de Almeida, é exatamente de uma liderança forte, mas tranquila, que eu guardo boas e gratas recordações.
Claro que não desconheço que existem no Porto e na Região Norte, bem como em outras regiões do país, vários e não menos interessantes exemplos de lideranças que são ou foram tudo menos tranquilas, de que destacaria talvez como exemplo mais eloquente, o longo reinado de Alberto João Jardim no Governo Regional da Madeira.
Também não escondo que eu próprio já tenho apreciado e defendido alguns murros na mesa que foram dados por vários líderes em situações e contextos em que parecia mesmo não existir outra forma de fazer valer os nossos direitos. Contudo, não é menos verdade que a AI Portuense/AEP ao longo do seu histórico percurso sempre privilegiou a "diplomacia político-económica" e julgo não me enganar se disser que a maioria das suas empresas associadas se reviram e continuam a rever neste estilo de liderança enérgica, pró-ativa, mas tranquila.
Talvez por isso não me lembro de nenhum choque nem de nenhum conflito grave entre a Associação e os sucessivos governos que tivemos depois do 25 de Abril, nem mesmo no período mais desafiante para os interesses dos nossos empresários que foi a experiência da "geringonça", com o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda a tentarem fazer pender o balanço da política para o lado oposto dos interesses das empresas portuguesas.
Ainda ontem, perante o olhar atento do presidente da República e do ministro da Economia, Luís Miguel Ribeiro não deixou?de apresentar um dos últimos estudos realizados pela AEP que faz um diagnóstico exigente da atual situação da economia portuguesa, defendendo uma urgente redução da carga fiscal e uma promoção mais eficaz da natalidade, entre outras medidas destinadas a reforçar a competitividade internacional das empresas portuguesas.
*Empresário