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Nas tramas da política portuguesa, a escolha do próximo líder do Partido Socialista mostra um combate entre dois estilos muito diferentes. Mas é também uma oportunidade para o país.
José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos os protagonistas nesta narrativa, cada um ostentando qualidades distintas, forjam um dilema que é tanto de estilo quanto de substância para os militantes do partido. E esses são soberanos, na hora do voto.
José Luís seria um líder inesperado que, com uma postura de estabilidade e confiabilidade poderá fazer a diferença. Há um conforto na sua previsibilidade, um porto seguro em tempos de marés incertas. Seu estilo é marcado pela eficiência e pela capacidade de manter o curso em águas turbulentas. A sua atuação como ministro da Administração Interna mostra-o bem.
A essa pasta tradicionalmente difícil, Carneiro trouxe solidez e calma e foi por todos considerado o melhor ministro do governo longe de polêmicas e perto de soluções.
Por outro lado, Pedro Nuno Santos, a escolha natural de uma certa elite que valoriza a força e a capacidade de resposta rápida, esteve ligado a polêmicas e confusões em um ministério que normalmente está do lado das soluções e permite mais popularidade aos seus titulares. Mas no caso de Pedro não foi assim.
Neste cenário, a questão para os militantes socialistas não é só escolher entre o antigo e o novo, mas sim entre dois modos distintos. Carneiro oferece uma jornada segura e testada, enquanto Santos promete um pouco mais, do mesmo.
Na escolha do próximo timoneiro do PS, os militantes enfrentam um dilema que é menos sobre escolher o mais brilhante e mais sobre decidir qual liderança é mais adequada para os tempos que correm. Uma escolha que não é apenas sobre quem liderará o partido, mas também sobre o rumo que desejam para Portugal no cenário político atual.