A época 2020/21 terminou com celebrações para todos os gostos. Embora em níveis de intensidade distintos, os grandes clubes portugueses tiveram razões para festejar.
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De forma estrondosa o Sporting, vencedor da Taça da Liga e campeão contra todas as bolsas de apostas; num patamar igualmente distintivo, o Sporting de Braga, ao encerrar a temporada com a conquista da Taça de Portugal; num outro nível, menos efusivo, o F. C. Porto, que juntou mais de 73 milhões do desempenho na Liga dos Campeões a uma Supertaça valorizada pelo facto de ter sido disputada com o grande rival Benfica, o único a acumular carga total de frustração numa campanha iniciada com as expectativas nos píncaros. O clube presidido por Luís Filipe Vieira foi o grande derrotado da época. Os danos desta seca ainda não podem ser dissecados, mas é evidente que agudizaram o divórcio entre o presidente e uma fatia importante da massa associativa.
Depois do investimento de 100 milhões, veremos, na próxima campanha, a versão Benfica sem milhões. Esta realidade até poderá ser positiva, porque com um orçamento "low-cost" as águias nunca se darão ao luxo de comprar um jogador na segunda liga espanhola por 24 milhões de euros, ou por 20 milhões no Brasil, ou ainda por 15 na Alemanha, tudo ativos que acabaram a fazer guarda de honra a Jorge Jesus no banco, como são os casos de Darwin, Pedrinho e Waldschmidt.
Mais importante do que as movimentações no mercado, quererão os benfiquistas perceber o que esteve na génese de escolhas que têm tanto de caras como de controversas, restando, depois - atendendo a que tem uma assembleia-geral à porta -, saber como sairá Luís Filipe Vieira de tudo isto, porque, provavelmente, não bastará atirar casos de arbitragem em forma de grãos de areia para os olhos dos adeptos. O fracasso está à vista de todos.
Chefe de redação