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No centro da cidade, a solenidade da Semana Santa contrastava com as cores dos milhares que preencheram as bancadas do Municipal de Braga. O sol ajudou à festa que começou cedo, com um golo madrugador de Ricardo Horta. Racic, com uma exibição que fez esquecer a ausência de Moutinho (injustamente excluído por um erro de arbitragem em Alvalade), fez a vantagem triplicar. Aos 37 minutos, o jogo estava arrumado e nem o golo do AVS aos 45+2 mudou o curso da partida.
A vitória clara, segura e incontestável sobre o AVS selou um momento especial para Carlos Carvalhal: ao conquistar o 91.º triunfo, tornou-se no treinador com mais vitórias na história do clube, um número que ostenta com o orgulho de quem “nasceu a 1km” da pedreira, cresceu com o Braga e, depois de algumas passagens por clubes nacionais e estrangeiros, acaba por regressar para recolocar o clube na luta pelo pódio.
A primeira memória forte que tenho de Carlos Carvalhal não é, contudo, feliz. Foi a 21 de fevereiro de 2002 que o Braga defrontou o Leixões no Estádio 1.º de Maio para as meias-finais da Taça de Portugal. A Taça fugia-nos desde 1966, a última final (em 1998) tinha mobilizado a cidade, mas acabado perdida para o Porto, era uma quinta-feira de tarde, Manuel Cajuda era o nosso treinador e o Braga jogava com um adversário de um escalão inferior. Confesso-vos que perder este jogo não estava nas minhas cogitações.
Mas perdemos com justiça por uns contundentes 3-1. Do outro lado, estava Carlos Carvalhal, um adepto do Braga ao comando do Leixões. Um profissional inteiro que acabou por se redimir quando nos devolveu a Taça em 23 de maio de 2021. Obrigado, Carlos.