Ter dois jovens em casa é uma vantagem no momento de perceber algumas dinâmicas da sociedade.
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Há vinte e muitos anos de diferença entre nós, seria quase inevitável estar um pouco mais afastado das gerações deles se não tivesse filhos. Presumo até que seja normal acontecer assim com todos os pais. Mas nunca saberemos tudo sobre como se organizam, como pensam, como agem.
Se calhar, até perdemos as partes mais importantes. Quando os vejo "bater o pé" por uma causa, fico contente, mesmo quando não estou de acordo, que é quase sempre. Ao longo de duas décadas, tive imensas conversas duras com ambos sobre festas.
O "cuidado não bebas", o "atenção às horas", o "vê lá as companhias". As barricadas bem definidas: eles na defesa da festa, eu na trincheira do "xixi cama". Fiquei, portanto, bastante surpreendido quando me apercebi que a malta da JSD ergueu nas ruas do Seixal, nos últimos dias, a bandeira do anti-Avante.
Percebo as divergências políticas, mas jovens a querer acabar com festas é contranatura. Ou então, não conhecem causas melhores para defender. Se é disso que se trata, deviam vir para a rua defender as aulas de Cidadania, onde podem conhecer algumas.
*Jornalista