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Enquanto o Governo anda mais interessado em fazer campanha para as legislativas, o Mundo vai girando sem que o Executivo demonstre qualquer preocupação pelos sinais de recessão graças a Donald Trump, que, ao dar tiros no pé, também dispara para todos os lados. As taxas alfandegárias que Trump impôs ao Mundo, 10% para todos e 20% para a União Europeia, e por consequência, para Portugal, são um verdadeiro “fogo amigo” nesta guerra das tarifas, com retaliações que poderão tomar proporções gigantescas. Bruxelas diz que vai responder de forma firme, mas não precipitada. Já o Governo está à espera do que a Comissão Europeia decidir para dar algum passo. Entretanto, vai-se enredando em análises e relatórios à espera de algum dinheiro de Bruxelas no sentido de mitigar o impacto das taxas nas exportações portuguesas para os Estados Unidos. Aqui ao lado, em Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou mais de 14 mil milhões de euros em apoios para proteger o país das tarifas de Trump, principalmente as empresas e o emprego. O líder do Executivo espanhol especificou que, dos 14 mil milhões de euros, 6,7 mil milhões serão utilizados a partir de instrumentos existentes para promover diferentes medidas, recorrendo ao PRR espanhol. Essas verbas serão canalizadas para as indústrias e empresas cuja atividade possa ser reduzida pelo choque tarifário de Trump. Enquanto Espanha coloca no terreno soluções, Luís Montenegro ainda nem falou sobre o assunto. A única resposta do Governo surgiu mediante um comunicado do Ministério da Economia a prometer reunir-se e a criar “um grupo de acompanhamento”. Ora, todos nós sabemos o que quer dizer quando um governo cria um grupo de acompanhamento ou uma comissão... Ou seja, depois das eleições falamos disso, OK?