Dia nacional do pastel de nata
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O novo logótipo do Governo, apresentado com grande alarde, gerou um turbilhão de críticas e piadas nas redes sociais. Muitos questionaram a necessidade de uma mudança visual neste momento, argumentando que os recursos poderiam ser mais bem empregados em áreas como saúde, educação ou infraestruturas.
Por outro lado, um antigo primeiro-ministro revela uma nova e inesperada faceta. Lança um livro (de costumes?) com uma visão conservadora dos valores sociais. Num país que hoje assiste ao crescimento de uma força política - que todos renegam - e que cavalga essa pauta, pode questionar-se a oportunidade.
Por exemplo, poderíamos debater a cor oficial das cadeiras de praia ou a altura-padrão dos azulejos nas cozinhas portuguesas. Ou talvez até mesmo a instituição de um dia nacional do pastel de nata, para celebrar a nossa paixão por doces.
Estas são questões triviais, mas servem para ilustrar o ponto: há uma miríade de “mudanças” que poderíamos discutir, mas será que elas merecem essa atenção imediata? A primeira boa impressão e o sentido de oportunidade são essenciais em política.
Porque hoje, para evitar o crescimento dessa Direita impreparada e populista, o que Portugal precisa é de um foco renovado nas questões que realmente importam para o futuro do país e têm estado abandonadas.
Falamos de políticas públicas que abordem as disparidades sociais e económicas, que promovam a sustentabilidade ambiental e que invistam na educação e na inovação. Em vez de nos perdermos em debates sobre símbolos e costumes, devemos concentrar-nos em construir um país mais justo, inclusivo e próspero.
Enquanto as discussões sobre logótipos e livros de costumes podem atrair atenção temporária, é crucial que não desviem a nossa atenção das verdadeiras prioridades. Portugal tem o potencial de ser um líder em diversas áreas, mas, para isso, é essencial que nos concentremos no que realmente importa.