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Na antevisão do jogo com o Rio Ave, Carlos Carvalhal afirmou que o Braga é uma equipa em construção. Apesar da mensagem totalmente correta, não estou certo de que tenha sido ouvida pela maior parte dos adeptos. Tal como na época passada, as bancadas do Estádio Municipal são frequentemente assaltadas por ondas de descontentamento e impaciência que ecoam no relvado e têm impacto negativo no desempenho da equipa.
No último jogo, a vencer por 2-0, alguns adeptos assobiaram a decisão de Bruma quando, ironicamente, assistiu Ricardo Horta para o terceiro golo. Não foi o único momento em que a impaciência com a equipa se sentiu, mas foi, seguramente, o mais icónico, tendo em conta o desfecho positivo da jogada.
As expectativas têm sido difíceis de gerir e o fator casa nem sempre tem jogado a favor. Parece que há muitos adeptos que acreditam que é só chegar ao campo, jogar muito e ganhar sempre. É preciso ter noção de que a partir do momento em que o Braga subiu um patamar no futebol nacional, os adversários passaram a jogar diferente e a criar mais dificuldades. Os jogos são complexos, os adversários querem ganhar, os objetivos daqueles que estão no campo e na bancada são comuns.
Depois de uma reviravolta (com alguma sorte) na Liga Europa, o jogo com o Rio Ave mostrou uma equipa melhor ligada e eficaz tanto a defender (São Matheus voltou) como a atacar (Gharbi foi o melhor). João Ferreira esteve em grande nível e Gabri continua a ser decisivo. Três vitórias nos três últimos jogos abrem caminho a uma série perigosa. Vamos com calma.