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Sou daquelas pessoas que acha que os portugueses têm uma relação demasiado dramática com a chuva, inibindo-se de qualquer atividade que implique o mínimo risco de molharem a ponta dos pés ou da cabeça. Mas há limites: a manutenção do Braga-Boavista debaixo de um dilúvio com aviso meteorológico laranja foi um profundo desrespeito para os adeptos das duas equipas.
Por muito que a Liga se esforce por afirmar o compromisso com os espectadores nos estádios, a verdade é que a realidade esbarra de frente com essas boas intenções. A maioria dos estádios têm muito más condições, a maioria dos jogos têm horários que não favorecem as assistências e, quando as condições atmosféricas são severas, ignoram-se completamente os interesses dos adeptos que foram ao estádio e daqueles que, em virtude da intempérie, se viram condicionados e impedidos de ir.
As más condições atmosféricas poderiam ter comprometido as aspirações do Braga que estava obrigado a vencer depois de ter comprometido quase irremediavelmente a permanência na Liga Europa. O jogo acabou por nos sorrir perante um Boavista tão fragilizado que nem sequer foi capaz de preencher os nove lugares do banco de suplentes.
Fran Navarro estreou-se a marcar na pedreira logo aos 14 minutos de jogo, o que ajudou a baixar a ansiedade e a configurar uma partida de sentido único que acabou com três golos sem resposta. Ricardo Horta voltou a faturar, Gharbi esteve bem e Bruma voltou ao seu nível.
Mesmo a terminar, ainda houve tempo para um insólito: Gabri Martínez levou dois socos e um cartão amarelo que ninguém compreendeu. Estamos a quatro pontos do segundo lugar. Que venha a Lazio.
*Adepto do Braga