Ouvimos ontem Ursula von der Leyen informar que a União Europeia está a planear uma "reforma profunda e abrangente do mercado da eletricidade", que encontrará uma forma de taxar lucros excessivos para poder apoiar as pessoas, através de uma "contribuição solidária".
Corpo do artigo
A estratégia anteriormente apresentada para tornar a UE mais independente do ponto de vista energético da Rússia estava assente em aumentar as energias renováveis, mobilizar a economia de energia e diversificar as fontes de energia. Sabemos que investir em painéis solares e bombas de calor, juntamente com a renovação de edifícios e medidas de eficiência energética, nos aproximará do Compromisso do Acordo de Paris, ao mesmo tempo que isola o regime invasor de Putin.
O Governo português, do alto da sua maioria absoluta, tem tido uma postura que em nada ajuda a resolver os problemas que enfrentamos. Portugal, que tem um recurso solar abundante, já deveria ter objetivos ambiciosos de produção de energia, fomentando o autoconsumo e garantindo uma rápida expansão da energia fotovoltaica em coberturas de edifícios, sejam eles públicos ou privados. Se no caso dos edifícios privados de serviços ficaram excluídos do apoio desenhado para a concretização de comunidades de energia renovável e autoconsumo coletivo, já quanto ao apoio às pessoas, aquele que tem sido o contínuo reforço do fundo ambiental, neste âmbito, denota que desde o início do mesmo houve uma falta de conhecimento do Governo das reais necessidades e daquela que seria a vontade das pessoas. Em paralelo, continua a haver uma falta de priorização do Governo para a transição e autonomia energética. Já as pessoas, com a adesão brutal a estes apoios, têm mostrado ao Governo que sabem que cada euro investido vai ter retorno para as famílias, para as empresas, para o país.
Não há tempo para medidas paliativas. Não se podem esperar resultados diferentes se as escolhas forem iguais. Em matéria de transição energética, as pessoas e o planeta continuarão a sofrer as consequências se as políticas não forem determinadas e focadas na fonte dos problemas.
*Dirigente do PAN