O debate sobre a eutanásia colocou à vista singularidades da vida portuguesa.
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De repente, quase sem se dar conta, dá-se um pontapé numa pedra e aparecem defensores dos cuidados paliativos, uma rede que não existe verdadeiramente em Portugal e agora, transformada em argumento, é clamada pelos setores mais ortodoxos da sociedade. Estranho mesmo é que, por exemplo, os partidos da direita, como PSD e CDS, tantos anos em sucessivos governos, não tenham percebido antes esta carência que afeta milhares de famílias e impede um fim de vida sereno e digno.
Independentemente de sermos a favor ou contra a eutanásia, seria sempre muito complicado assistirmos a um debate sério em Portugal, país onde a desonestidade intelectual parece ser condição obrigatória para estar na política, até na hora da morte.
Jornalista