Todos andamos carentes de abraços. Todos andamos com falta de um abraço. Daquele abraço com que todos sonhamos sempre. Mas agora já sonhamos com um abraço qualquer. Mesmo que não venha de quem gostamos, qualquer abraço será um abraço dos nossos.
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Todos andamos a sofrer com falta de beijos. Todos andamos desejosos de um beijo. Daquele beijo que nos afaga o sonho e afoga o desejo. Mas agora já sonhamos com um beijo qualquer. Mesmo que não seja da pessoa amada, qualquer beijo será um beijo bem dado. Ou bem roubado.
Na noite de sábado passado recordei milhares de sábados à noite. Sábado, esse dia e noite dos abraços e beijos sem pressas. Sem limites. Sem vergonhas nem pudores. Sem reticências nem premonições. Sem preconceitos ou falsos amores. Sem promessas.
Nessa noite de sábado, recordei o passado recente com imagens de um futuro próximo. A certeza de uma aposta que emerge de um passado de incertezas. A segurança de um valor que se ergue na sequência de muitos dias de valores por cumprir e decisões difíceis de aceitar.
Foi um fogo que se acendeu na noite escura. Um amor que ardeu para todos verem. Um menino à volta da fogueira que nos ensinou coisas de sonho e de verdade. Como se ganha uma bandeira, quanto custa a titularidade. Obrigado, Paulo de Carvalho.
Pareciam um bando de pardais à solta. Desorientados. Mas, entre eles, um pardal de calções astuto mostrou-nos a força de ser criança contra um VAR que é bruto. Um índio, capitão da malta, trouxe-nos a ternura de volta. Obrigado, Carlos do Carmo.
Foi uma noite imaculada, por causa de um abraço. Uma noite abençoada, por causa de um beijo. Uma noite de que nenhum golo anulado nos distrai. Que nenhum penálti falhado nos estraga. Em que nem sequer um empate nos rouba a vitória desse abraço. Um beijo entre pai e filho nunca é motivo de embaraço.
Muito obrigado, Sérgio. Muitos parabéns, Francisco. Imaculada família Conceição.
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