Portugal continuará em estado de emergência, serão hoje conhecidos novos elementos sobre a próxima fase do combate nacional à Covid-19.
Corpo do artigo
Mais ou menos confinados, veremos, entendo que a grande missão do Governo reside no que será feito nos próximos 15 dias no sentido de construir uma base sólida para o esperado arranque da economia, sem medos ou dúvidas.
Carente de meios, financeiros e infraestruturais, ao contrário de outros países, mas com a certeza de que todos os portugueses têm acesso aos cuidados de saúde - bendito SNS, tão achincalhado até há bem pouco tempo -, Portugal conseguiu conter os efeitos da pandemia, sem olhar a meios para privilegiar a vida. O Governo agiu como se impunha, mesmo não estando imune à crítica - exceto dos militantes do PSD -, e os resultados, não sendo definitivos, provam ter sido evitada a rutura dos hospitais.
Tudo foi conseguido com custos muito elevados. Alguns irreversíveis. Em duas semanas, 32 mil trabalhadores ficaram sem emprego e quase um milhão entrou em lay-off, com perdas significativas nos salários. Milhares de famílias serão afetadas, vendo apenas uma luz retórica ao fundo túnel, sendo expectáveis danos sociais graves, que só mais tarde poderão ser avaliados.
A conjuntura não deixa alternativa aos diversos poderes. Todos os esforços, nestas duas semanas de abril, deverão estar concentrados na preservação deste importante equilíbrio em termos de resposta dos serviços de apoio aos doentes e, sobretudo, na criação de condições para que empresas e trabalhadores possam voltar à atividade. Retirar o tecido económico deste adormecimento tem de ser um imperativo de Estado. O país está a convalescer em casa e só recuperará quando de lá sair. Com todos os cuidados, mas libertando-o. Mantê-lo significará, num espaço de tempo mais curto do que parece, assistir à sua entrada, moribundo, numa espécie de urgência hospitalar com mais de 92 mil metros quadrados. A área de Portugal.
Editor-executivo