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Não há nenhum jogador de topo no futebol mundial como o nosso João Neves. Há quem valha mais, quem finte melhor, quem marque mais golos, quem seja mais alto e atlético, quem tenha mais seguidores nas redes sociais e faça mais manchetes em jornais e revistas do coração. Tudo certo, mas não há ninguém assim. Uma estrela sem nunca ter deixado de ser um miúdo a quem os holofotes não transformaram, um milionário que continua a ser o menino de quem não é possível deixarmos de gostar, o predestinado que mantém o ar luminoso de quem sabe distinguir o acessório do essencial. Vemos a maioria dos outros craques mais as suas roupas luminosas e caras, os carros de última cilindrada, as joias, amores e extravagâncias... e vemo-lo a ele, mais o seu sorriso, o culto dos seus amigos de sempre, a paixão visível pela namorada Madalena, talentosa atriz que, com o João, faz um maravilhoso par que parece verdadeiramente embevecido com a largueza do mundo, com a possibilidade de a descobrir e partilhar nas viagens, nos sabores, nas experiências. É tão refrescante quando as pessoas são genuínas. Quando o dinheiro, o poder ou a fama não os transformam numa outra coisa. O nosso João, que marcou três golos neste fim de semana, e a quem o L"Équipe pontuou com a nota máxima (apenas a 20.ª vez que o fez em 80 anos), é um milagre. Um dia escrevi sobre a sua mãe Sara, fi-lo na certeza de que se poderia orgulhar do filho que criara. Esteja onde estiver pode mesmo estar descansada.