Na contagem decrescente para a entrega dos Oscars, nada mais simpático do que a tirada de um ex-ministro da Defesa para percebermos a importância que a Sétima Arte tem na vida das pessoas.
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Azeredo Lopes afirmou, mais coisa menos coisa, perante o juiz Carlos Alexandre que não estranhou a encenação na recuperação do armamento roubado do paiol de Tancos porque vê muitos filmes policiais. A confissão é reveladora. Portugal tinha um ministro que se socorre da ficção para avaliar os acontecimentos da vida real.
Por exemplo, se Azeredo Lopes olhar para o céu e lhe parecer ver um adolescente a andar de bicicleta, achará normal, porque é uma situação que acontece num épico de Steven Spielberg, o "ET". Estou mesmo a vê-lo a chegar a casa, sorriso nos lábios e todo entusiasmado, e a contar o delírio à família. Sendo isto habitual em Azeredo Lopes, o mais certo é alguém, da cozinha, exclamar: "Pronto, já está outra vez com filmes na cabeça". Mas isso fica entre quatro paredes, é lá com eles. Aborrecido mesmo é perceber que a política de Defesa de Portugal foi liderada por alguém com esta síndrome. Mas, bom, o melhor é não começar a fazer filmes.
Jornalista