É urgente assumirmos o nosso sorriso. A vida é uma dádiva, vivemos num país extraordinário, com uma História magnífica e um povo cheio de valor. Temos problemas, claro. Mas já viram o que se passa no resto do mundo?
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Teremos assim tantas razões para vociferar contra tudo e contra todos? Há motivo para ignorar o bem e o bom que temos? Conseguiremos saborear a vida se a sentirmos sempre amarga, desvalorizando cada borboleta multicolor em detrimento da sombra de uma nuvem? Precisamos de viver a felicidade, lentamente e com urgência. Para isso, levantai o esplendor. Vivemos com a dignidade de um grande país, a querer construir todos os dias um mundo melhor para os vindouros, confiantes nas nossas capacidades.
No dia 30, somos chamados a votar, honrando a nossa condição de cidadãos e o legado de quem lutou contra a ditadura.
A democracia não é uma garantia. É o nosso modo de vida, o respeito pelos direitos, valores e princípios que nos edificam como sociedade desenvolvida.
O futuro, o progresso, não é uma certeza, depende de nós, das nossas escolhas, da nossa energia, do nosso (des)envolvimento. O sistema democrático tem problemas e contradições. A boa solução é trabalhar para o aperfeiçoar. Será melhor deixar tudo entregue à displicência, aos piores, aos rancores ou aos fanatismos? Depois não nos queixemos. Temos um contrato social. Na doença, todos os meios são postos ao dispor da ajuda. No desemprego, assumimos respostas para evitar o colapso. Na educação, todos podem estudar para uma vida melhor. Na reforma, as gerações financiam os seus mais velhos como tributo de uma vida de trabalho. Na pobreza, mobilizamos meios para socorrermos o outro. Nos imprevistos da vida social ou pessoal, a sociedade organiza-se para apoiar e não deixar ninguém para trás. Queremos mais? Claro! O sistema é passível de ser sempre aperfeiçoado. Sabemos o que se passa por esse mundo fora. Na comparação, não há comparação! Somos um país que integra um pequeno grupo de zonas avançadas, desenvolvidas, sustentáveis. Isto não é prostração, nem acomodamento. Devemos querer sempre mais, mas não podemos esquecer a valorização do que temos, sempre com a ambição de melhorar, mas sem cair na amargura das lamúrias e do desalento.
Não, não está tudo mal, não somos fracos, nem piores. Sim, precisamos de valorizar o que conquistamos, assumir o orgulho pelo que somos. Somos um povo que cresce, que se levanta para honrar quase 900 anos de História, gente que luta. Mas só luta quem tiver motivação, quem acreditar ir mais longe, em vez de lamuriar a ausência da perfeição.
No dia 30, votamos. Façamos um balanço do que fomos, do que somos e do que queremos ser, como temos superado esta imprevista pandemia. Do que valemos como país, seja quando ganhamos no desporto, ou quando fazemos o nosso quotidiano. Deixemos o discurso fácil da insatisfação, façamos mais uns pelos outros e todos por Portugal. E votemos. De preferência, votemos em quem se tem dedicado aos portugueses em todas as circunstâncias. Esse chama-se António Costa. Com ele, juntos avançamos.
*Presidente da CM Gaia / Área Metropolitana do Porto