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O saudoso professor Corino de Andrade costumava dizer que “nós só vemos aquilo que sabemos”. Esta máxima ressoa particularmente no espírito da “Universidade Júnior”, o programa da Universidade do Porto que, todos os verões, abre as portas das nossas faculdades e centros de investigação a milhares de jovens pré-universitários de todo o país, oferecendo-lhes um vislumbre das infinitas possibilidades que o mundo académico oferece.
Apesar das estatísticas mais otimistas, continua a ser fundamental incentivar a frequência no Ensino Superior junto dos jovens portugueses. Se é já comum os filhos de pais com formação superior seguirem o mesmo caminho dos progenitores, temos ainda muito a fazer para garantir que os jovens de famílias mais desfavorecidas tenham a mesma oportunidade.
O Ensino Superior é o “elevador social” por excelência e devemos zelar para que cumpra essa função. A “Universidade Júnior” tem contribuído para esse objetivo, proporcionando um primeiro contacto com a universidade a milhares de jovens dos 11 aos 17 anos de idade. Esta é, para muitos deles, a faísca que os leva a continuar os seus estudos após o ensino obrigatório, transformando as suas vidas e contribuindo para um país mais justo e desenvolvido.
Há 18 anos que a Universidade do Porto organiza este programa por iniciativa própria. O seu sucesso poderia - e deveria! - ser replicado por todo o país, como parte integrante de um pacote de políticas educativas que deveria visar não só o recrutamento de estudantes para as universidades e institutos politécnicos, mas também garantir que o acesso ao Ensino Superior não esteja dependente do contexto socioeconómico dos candidatos.
Investir na educação é investir no futuro. Programas como a “Universidade Júnior” são essenciais para garantir que todos, independentemente da sua origem, tenham a oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do país. Portugal deveria reconhecer e agradecer este esforço.