Desde que me conheço tenho por hábito ter sono fácil, noites tranquilas e bem dormidas. Desta vez tive um pesadelo como há muito não me lembrava de ter. Um pesadelo sobre uma nova geringonça.
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Ao longo das últimas semanas tenho aqui defendido que a melhor solução para a governabilidade tão requisitada pelo nosso país e pela nossa economia é que das próximas eleições possa sair um governo de maioria absoluta. Sem quaisquer rodriguinhos também aqui no nosso JN deixei ficar a minha vontade de que essa maioria absoluta fosse de Rui Rio e do PSD, mas logo acrescentei que a não ser possível esse desiderato a minha segunda opção era que a maioria absoluta fosse atingida pelo PS e António Costa.
Não me lembro de outras eleições em que se tivessem feito tantas sondagens como agora. Nesta campanha há até alguns meios de Comunicação Social que publicam sondagens diárias no registo praticamente nonstop. Como se estas eleições quisessem ser uma espécie de "Big Brother", que também tem um canal que regista 24 horas todas as façanhas e disparates que por lá vão acontecendo.
Embora eu saiba que as sondagens sempre valem o que valem, a verdade é que por muito pouco que valham, tenho de acreditar à hora a que escrevo que os meus dois cenários preferidos estão praticamente fora de hipótese.
Talvez por ter chegado a esta conclusão durante o dia de ontem ou por ter tido a pachorra de assistir ao primeiro e único debate que juntou todos os líderes dos partidos, a verdade é que tive uma noite mal dormida. Quando digo que este debate de segunda-feira juntou todos os partidos, já sei que ainda poderia ter juntado mais alguns daqueles que ainda não conseguiram eleger um deputado que fosse. Mas a verdade é que este debate juntou tantos líderes partidários que até incluiu um, o Rui Tavares, que até hoje ainda não percebo porque é que teve direito a lá estar.
O pesadelo que me agitou a noite transportou-me para 30 de janeiro e para uns resultados que anunciavam uma vitória do PSD e de Rui Rio aos pontos sobre o PS de António Costa. Na sede laranja a festa e a algazarra eram enormes, mas não foi essa barulheira que me estragou o sono. O cenário que logo a seguir se desenhou perante os meus olhos foi o prometido abandono de António Costa da liderança do PS e uma conferência de imprensa imediatamente a seguir em que Pedro Nuno Santos, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, todos juntinhos e sorridentes, anunciavam com pompa e circunstância a constituição da uma nova geringonça para os próximos quatro anos da legislatura.
Acordei sobressaltado e lá acalmei quando percebi que para o dia 30 ainda falta mais de uma semana. Mas agora, mesmo bem acordado, continuo a pensar que esse pesadelo bem pode vir a revelar-se premonitório.
Empresário