Afeganistão, Burkina Faso, Camarões, Etiópia, Haiti, Israel, Iémen, Iraque, Mali, Mianmar, Nigéria, Palestina, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Síria, Somália, Sudão...e Ucrânia. A lista é mais extensa do que qualquer um de nós desejaria ou do que o Planeta necessita. São, porém, diversos os locais onde ou se vive em manifesto clima de guerra ou onde se registam focos de tensão.
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Os dados recolhidos pelo Uppsala Conflict Data Program mostram um mapa-mundo marcado a vermelho pelo número de vítimas mortais em conflitos organizados entre 1989-2020: 2,7 milhões de humanos.
Os impactos dos conflitos armados vão, porém, mais além. De acordo com o Banco Mundial, um número sem precedentes de pessoas a nível mundial encontra-se deslocado à força: são 26,4 milhões de refugiados e 48 milhões de pessoas deslocadas nos seus próprios países. Uma situação que afeta mais no feminino, assim como as pessoas economicamente mais vulneráveis.
À crise dos refugiados da guerra, junta-se um crescente número de refugiados do clima (ou de conflitos em torno de recursos naturais escassos como a água potável). Os perigos resultantes da intensidade e frequência crescentes de eventos climáticos extremos já estão a causar uma média de mais de 20 milhões de pessoas/ano a abandonar as suas casas.
As alterações climáticas são o desafio maior do nosso tempo, quando aquilo de que o Planeta mais precisa é de paz, de cooperação e de projetos comuns. O grande combate que realmente faz sentido estarmos a travar globalmente é o da crise climática, pois em causa está a nossa sobrevivência enquanto espécie.
Contudo, conflitos como a invasão da Ucrânia revelam-nos que estamos longe de estar focados no essencial: o bem comum e que temos muito para evoluir enquanto espécie.
Líder do Grupo Parlamentar do PAN