A sociedade revela-se nos momentos mais aterradores. No melhor e no pior. Opto por me centrar num bom exemplo dentro deste susto permanente que tem sido a pandemia do Covid-19, focando-me nos profissionais que trabalham nos hospitais.
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Dirão que não fazem mais do que a obrigação. É verdade. Mas também as greves eram legítimas - serão sempre na perspetiva de quem as faz - e a opinião pública fartou-se de lançar sobre enfermeiros, médicos e técnicos o ónus de todos os males do SNS. Não me guio pelas publicações em forma de relatos apocalípticos que cruzam redes sociais, aquelas "do tenho um amigo que", mas comove-me este espírito de missão e capacidade de superação numa espécie de cenário de guerra, onde falta tudo menos batalhas de vida ou morte. A missão é de risco. Para todos, bem sei, estamos todos expostos, mas sobretudo para eles. Quando a tempestade passar, porque vai passar, provavelmente os nossos hábitos terão mudado. Seremos mais orientais na forma de nos protegermos. Aproveitemos também para mudar a maneira de olhar para quem arrisca a própria vida porque é preciso salvar a dos outros.
*Jornalista