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Donald Trump prestou juramento, ontem ao final da tarde, como 47.oº presidente dos Estados Unidos, numa situação bem diferente da de há oito anos. O novo presidente já não é uma surpresa nem uma aberração que apareceu do nada. Agora tem uma vasta gama de seguidores, alguns fanáticos, que estão dispostos a dominar a política e economia mundial.
E isso notou-se pela lista de convidados para a tomada de posse. Num gesto inédito, Trump convidou um grupo de líderes internacionais algures entre o ultranacionalismo, o populismo e a extrema-direita. Para além de André Ventura, que recebeu o convite para estar presente através do grupo Patriotas pela Europa, Trump fez-se rodear pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni - a única representante de um Governo europeu, uma vez que Viktor Órban, primeiro-ministro húngaro, embora convidado, não esteve presente -, pelo presidente da Argentina, Javier Milei, pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele. E Bolsonaro só não esteve presente porque foi impedido pelo tribunal brasileiro. A lista foi extensa: Nigel Farage, líder do populismo nacional inglês, o ultra francês Eric Zemmour, o líder do partido de extrema-direita alemão AfD, Tino Chrupalla, e Santiago Abascal, presidente do espanhol Vox.
Serão quatro anos de trumpismo espelhado nesta amálgama ideológica internacional reacionária, com a preocupação da Europa a centrar-se no custo de um acordo de paz sobre o conflito na Ucrânia e a ameaça generalizada de aumento das tarifas aduaneiras. E se Donald Trump quer dominar o Mundo, nada melhor do que aliar-se aos seus novos amigos de Silicon Valley. Elon Musk (X), Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Sam Altman (OpenAI), Sundar Pichai (Google), Tim Cook (Apple), Dara Khosrowshahi (Uber) e Shou Zi Chew (TikTok) estiveram presentes. Nasceu também oficialmente uma nova oligarquia tecnológica. O que sairá de uma amálgama de agitadores, ultranacionalistas europeus, anarcolibertários latino-americanos e empresas que dominam o Mundo através do seu imenso poder financeiro? Só Trump dirá.