Uma mão no peito, uma palavra, um sorriso por detrás da máscara. Agradeci-lhe o cuidado pela forma como me observou, como identificou o meu problema, como tratou de me deixar confortável.
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No fundo, como me fez perceber, uma vez mais, que, além da liberdade, o Serviço Nacional de Saúde será o maior legado que Abril deixa aos portugueses. A doutora Ana, escondida nas proteções individuais, sorriu-me. Só com os olhos. Nem de propósito, na véspera tínhamos falado sobre isso. Eu e o Gaspar. Que abraço incrível será aquele que um médico recebe de um doente quando o encontra de boa saúde e ouve um "Doutor, salvou-me a vida"! Não faltarão, mais ainda agora, médicos, enfermeiros, investigadores e outros profissionais de saúde a fazê-lo. A salvar vidas. Anónimos. Confinados àqueles fatos de ir à Lua. Mas, como Neil Armstrong, todos contribuem, à sua maneira, para o passo gigantesco que permitirá à Humanidade ultrapassar a Covid-19. O que me levou ao Pedro Hispano é um pico num pé, se comparado com os dramas vividos nos hospitais. Ainda assim, missão. Os olhos da doutora Ana transmitiam um inquebrantável sentimento de missão. Obrigado. Espero que volte depressa a abraçar o seu bebé.
*Jornalista