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Quando for grande, quero ser como tu, Afonso. Os festivais literários que tiras da cartola são a prova cabal de que a tua visão da literatura vai muito além de palavras impressas em páginas ou de uma complexa indústria criativa.
Os teus eventos, de Paracatu a Araxá, de Petrópolis a Beagá, tornaram-se verdadeiras catedrais de pensamento, onde a inovação, a diversidade e a igualdade se encontram em diálogo aberto, explorando o futuro da democracia e os desafios da humanidade.
Em cada evento, Borges mostra-nos que a literatura pode ser a chave para a compreensão do Mundo e para a construção de um futuro mais justo e próspero.
O que torna esses festivais tão especiais é a independência com que são concebidos. Eles não estão presos a convenções ou expectativas externas; em vez disso, são projetados com uma liberdade que permite a exploração de ideias audaciosas e necessárias.
É precisamente essa independência que lhes dá a força para abordar os temas mais prementes do nosso tempo, oferecendo uma visão clara e incisiva sobre os debates que precisamos travar para moldar os sistemas do futuro.
Diante dessa imensidão de contribuição, não posso deixar de expressar o meu desejo de um dia seguir os passos de Afonso Borges.
Ao olhar para a minha jornada, imagino os ciclos e festivais em que participei e que vou criando pelo Mundo. Em Coimbra, Lisboa, Óbidos, São Paulo ou João Pessoa. Conversas entre cá e lá sempre com foco nessa cidadania da língua.
Quando eu for grande, quero ser como tu, Afonso. Quero, como tu, construir espaços onde a literatura une o pensamento para iluminar o caminho da humanidade. Porque, em última instância, é isso que os intelectuais independentes devem fazer: pensar o Mundo e agir sobre ele, com coragem, criatividade e visão.