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Até a notícia mais positiva pode causar desconforto, o que me suscita alguma preocupação com aquelas almas que insistem, de uma maneira quase patológica, na ideia de que Portugal é um país inseguro. Os portugueses minimamente informados sabem que a realidade, suportada por todas as estatísticas publicadas e ainda por inventar, continuará a indicar o contrário. Nem todos temos esse privilégio, porque a desinformação é um problema sério e global, com o qual nos confrontamos quase sem darmos conta. Muitas vezes com a inadmissível colaboração de órgãos de Comunicação Social que contribuem decisivamente para que se instale na sociedade uma falsa sensação de insegurança, violando, com esta manha, os princípios mais básicos do jornalismo.
Muitos, inconscientemente, são apanhados pela onda da manipulação, outros aproveitam-se dela para construir e reforçar o discurso radical, como os extremistas de direita, grandes correios difusores do medo, instalados, sobretudo, na Europa e nas Américas. Portugal não está imune a esta realidade, que só pode ser resolvida com informação séria, verificação e escrutínio permanente.
Voltando ao início, questiono-me sobre o que pensarão os que contribuem para espalhar a mentira quando são confrontados com a notícia de que Portugal está entre os dez países mais seguros e pacíficos do Mundo, segundo o Índice Global da Paz. Quem se dedica ao sensacionalismo, eventualmente nem uma linha coloca em banca sobre o tema; quem nasceu e cresceu a cultivar o medo também ignora, até porque, olhando para as eleições de domingo, a estratégia parece não estar a resultar.