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O desempenho económico do Norte tem seguido uma trajetória positiva e a região tem vindo a afirmar-se pelo seu perfil exportador, alcançando interessantes quotas de mercado em setores de média e alta tecnologia, certamente, devido à interligação com o sistema científico. Contudo, os níveis de rendimento per capita continuam a ser inferiores ao país e à média europeia.
No contexto de uma economia inovadora e geradora de maior valor acrescentado, do novo ciclo de fundos estruturais esperam-se políticas que promovam a mudança para um perfil da economia baseado em setores de atividade internacionalmente competitivos assentes na valorização do conhecimento, que reforce pontes entre o mundo do ensino e da ciência com o mundo do fazer.
O estudo apresentado pela CCDR-N sobre estratégias regionais de especialização inteligente mostra a capacidade instalada e as oportunidades do sistema científico e tecnológico regional, um instrumento vital na regeneração da Região após a crise financeira, além do papel na transferência de tecnologia, criação de conhecimento e condução estratégica de desenvolvimento.
O trabalho evidencia que o país deve apostar na criação de ecossistemas regionais de inovação, visando um desenvolvimento mais equitativo, descentralizado e próximo das realidades locais. A valorização do conhecimento será tanto maior, quanto melhor a estratégia se adaptar ao local, sem esquecer a inserção no global, isto é, quanto mais harmoniosamente considerar as especificidades regionais, caso da realidade demográfica e socioeconómica, ativos endógenos, rede científica e de inovação, em articulação com políticas nacionais e europeias.
Em síntese, a visão para um País territorialmente mais equilibrado deve ter como pilar a incorporação do conhecimento em atividades espacializadas e geradoras de valor.
Docente universitário