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A construção de um espaço europeu de ensino superior, iniciada com a reforma de Bolonha, traduziu-se, num primeiro momento, num formato educativo estruturado em três ciclos de estudos e em maior mobilidade para fins de aprendizagem, particularmente dos estudantes. Esta mobilidade académica tem, contudo, nos dias de hoje, vindo a traduzir-se numa preocupante fuga de jovens qualificados.
Cumprir Bolonha exige das instituições dinâmicas para colocar o estudante no epicentro do processo de ensino-aprendizagem, incentivando o abandono do velho modelo expositivo e passivo, centrado em conteúdos curriculares e pouco motivador, e transitando para um modelo de corresponsabilização dos estudantes, assente no desenvolvimento de múltiplas competências.
Com base no princípio de que a educação prepara os jovens para a vida ativa plena, enquanto cidadãos e profissionais, o ensino deve ser inclusivo e vocacionado para o desenvolvimento de competências favoráveis a mudanças tecnológicas e sociais, de capacidade criativa e empreendedora, e afirmação da autonomia reflexiva, pautada por elevados valores éticos. Tal implica, igualmente, pensar modelos de ensino em contextos profissionais e que fomentem uma maior ligação ao mercado de trabalho
Porém, os novos cenários de transformação das instituições exigem maior centralidade para as questões da inovação pedagógica e medidas de incentivo e de reconhecimento da missão de ensino dos professores. Nesta lógica, é essencial repensar a avaliação de desempenho e a progressão na carreira dos docentes, acompanhada por uma aposta das instituições no seu desenvolvimento profissional e no desenho e implementação de planos de formação pedagógica.