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O acesso ao Ensino Superior é um dos temas que marcam a agenda de verão, cujos indicadores sugerem manter-se a elevada procura e comprovam que uma formação superior continua a fazer a diferença na qualidade de vida, na possibilidade de emprego e no envolvimento cívico dos jovens. A qualificação superior é uma boa opção para uma inserção mais rápida no mercado de trabalho, pois os diplomados demoram menos tempo a conseguir emprego e, em média, obtêm ganhos salariais superiores. Trata-se de um investimento com elevado retorno para as famílias e a sociedade.
A agenda política do Ensino Superior está centrada no financiamento, no emprego científico e na mudança do regime jurídico das instituições, contudo, é pertinente valorizar a dimensão da inovação pedagógica.
Baseado no princípio de que a educação melhora as competências e prepara os jovens para a vida ativa, o ensino deve ser inclusivo e traduzir-se em benefícios sociais e económicos para a sociedade numa perspetiva intergeracional.
Nesta lógica, posicionar os estudantes no epicentro da Universidade, exige recentrar as instituições para as questões do ensino, vocacionando para o desenvolvimento de atitudes e de competências favoráveis a mudanças tecnológicas e sociais, à inovação, à capacidade criativa e empreendedora, à afirmação da autonomia reflexiva e responsável, sempre pautada por elevados valores éticos.
A centralidade no estudante exige métodos de trabalho colaborativo, competências multidisciplinares que favoreçam uma cultura de responsabilidade, de civilidade e de cidadania, mas também maior flexibilidade organizacional das instituições.
Colocar os estudantes no epicentro das universidades exige estabilidade do financiamento público, aprofundamento da autonomia, mas também apostar em modelos inovadores de ensino e aprendizagem para dar resposta aos novos desafios da sociedade.