Só a cultura pode ajudar Coimbra
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A cultura e a burocracia são entidades que, à primeira vista, parecem estar em polos opostos do ecossistema social. Enquanto a arte e a cultura são frequentemente associadas à liberdade, criatividade e inovação, a burocracia é vista como o domínio da ordem, regras e rigidez. Esta dualidade é particularmente evidente em países como Portugal, onde o financiamento público desempenha um papel crucial no sustento das atividades culturais.
Em Portugal, a maior parte do financiamento para a cultura provém do setor público. Isso cria uma dependência estrutural onde artistas e criadores culturais precisam de interagir constantemente com burocratas para obter apoio financeiro. Como o azeite e à água no mesmo copo: coexistem mas raramente se misturam de forma harmoniosa.
Coimbra, com a sua longa tradição académica e cultural, representa um exemplo paradigmático de uma cidade que procura transformar-se através da criatividade, mas enfrenta barreiras significativas impostas por uma burocracia arcaica e poderosa.
A cidade, um dos centros culturais mais vibrantes de Portugal durante séculos, foi vítima de uma inércia política que gerou lideranças burocráticas. E isso hoje é o seu principal problema.
A modernização da burocracia em cidades como Coimbra é essencial para facilitar um ambiente onde a criatividade possa florescer, mas a resistência ao progresso e à adaptação de novas metodologias e tecnologias é um obstáculo significativo.
Burocratas não se atualizam com práticas modernas, tornam a colaboração com artistas e criadores culturais um processo árduo e frustrante. E sempre que um burocrata ganha, uma força criativa perde-se.
Em Coimbra, sem mudanças de mentalidade, ou ganhos geracionais, a burocracia continuará a ganhar, mesmo aos políticos capazes, perpetuando o seu declínio.