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Manuel Clemente, Américo Aguiar, Marcelo, António Costa, Carlos Moedas... Sobreviveram… todos! Numa primeira viagem às profundezas do rescaldo da JMJ, o sucesso é de muitos mas é justo destacar os que mais estiveram e deram a cara na linha da frente.
Os incêndios (felizmente ainda não muito pavorosos) já começam a ocupar o espaço noticioso que durante mais de uma semana esteve quase totalmente consagrado à Jornada Mundial da Juventude. Mesmo com o Papa Francisco de regresso a casa, acho que vale a pena ainda escrever mais umas linha sobre a JMJ.
Para o rescaldo de um acontecimento como este geralmente conta muito a chamada gestão das expectativas. Com o mediatismo que a JMJ teve nos meses anteriores à sua realização, a comunicação social e a opinião publicada tiveram grande influência na criação dessas expectativas. Ainda nos lembramos de todas as críticas feitas, das ameaças que constituíam os problemas de mobilidade e até alguma agitação sindical, nomeadamente na saúde e nas forças de segurança. Poucos acreditavam que o evento viesse a ter a dimensão anunciada e que decorresse sem nenhum problema de maior.
Embora do lado dos organizadores, Igreja, Governo e autarquias envolvidas (sem esquecer o presidente da República), a mensagem passada fosse de muita confiança, podemos recordar que as expectativas sobre o que se ia passar na JMJ, se não eram de muita apreensão, eram pelo menos contidas.
Tal como ninguém acreditava na maioria absoluta do PS nas últimas legislativas, também uma grande maioria dos portugueses não esperava um sucesso tão impressionante para esta Jornada. Sucesso esse que foi sendo construído e percecionado em crescendo, desde as menos noticiadas atividades dispersas pelo país na semana anterior, até à apoteose final no Parque Tejo. Mesmo quem tentou passar ao lado do maior evento de sempre em Portugal não conseguiu ficar indiferente às imagens que correram Mundo do milhão e meio de pessoas, que vieram de quase todos os países para participar nos eventos finais da JMJ.
Quando Marcelo Rebelo de Sousa concluiu em jeito de balanço final que o investimento “está pago”, é exatamente desta imagem projetada internacionalmente do Portugal que sabe fazer que ele está a falar. E todos os “pecados” de quem não acreditou, criticou ou desvalorizou serão perdoados.