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Há um ano, a Liga anunciou a intenção de deslocalizar para o estrangeiro a final four da Taça da Liga. Em reação a este anúncio, os grupos de adeptos do Braga boicotaram a prova ao longo de toda a temporada e faltaram a todos os jogos, incluindo a final. Este ano, o protesto generalizou-se às claques de sete dos oito clubes em competição que já anunciaram a sua ausência nas diferentes fases da prova.
Apesar de o modelo de competição deslocalizada já ter sido utilizado em outros países, trata-se de uma fórmula que desvaloriza o valor comunitário do futebol e que ignora os interesses dos adeptos que, jornada após jornada, contribuem para valorizar o espetáculo. O apelo do lucro que esta medida pode gerar e a narrativa de que ajudará a encontrar receitas que contribuam para a sustentabilidade dos clubes de menor dimensão não é suficiente para justificar a sua adoção. Se a Liga quer contribuir para um contexto mais justo, competitivo e sustentável no futebol português, bem pode começar por centralizar os direitos televisivos de uma vez por todas, deixando de estar refém dos interesses particulares de dois ou três clubes.
No domínio desportivo, o Braga afundou as aspirações europeias com uma derrota em casa diante do Bodo/Glimt (ciclo negro de três derrotas consecutivas, se excluirmos o jogo da Taça de Portugal). Apesar de ter vencido o Farense, a equipa está longe de demonstrar a progressão e consistência que todos desejamos. O Braga tem dado sinais de que é necessário mais trabalho, melhor apoio e muita paciência para corresponder às expectativas desta época.
*Adepto do Braga